No Brasil, a turbulência econômica, a pressão de outras proteínas e o escândalo da Carne Fraca bateram forte no setor em 2017. Isso tem gerado novos desafios para o maior rebanho comercial do mundo, afirmou o site Agrimoney no dia 2 de janeiro.

Em entrevista exclusiva para o site, Ian Hill, chefe executivo de um dos empreendimentos brasileiros mais bem sucedidos do setor, a Agropecuária Jacarezinho, disse que o setor está falhando enquanto vê os avanços em outros sistemas produtivos, como o de soja e o de cana de açúcar.

Com fatores externos adicionando mais pressão nas fazendas – formadas predominantemente com gado da raça Nelore – os produtores estão sendo forçados a vender seus estabelecimentos ou migrar para a produção de grãos.

“Enquanto o negócio de gado se torna mais competitivo, aqueles que estão em desvantagem vão automaticamente vender ou alugar suas fazendas para a agricultura (produção de grãos) como vimos na última onda de desenvolvimento agrícola”, disse Hill.

Com a crescente pressão com relação ao uso da terra e as rigorosas obrigações ambientais nas fazendas, os produtores são forçados a buscar ganhos genéticos. Mas Hill duvida que este será o caminho adotado nesta situação. “Carne moída é o maior produto para uma grande quantidade da produção e, em grande proporção, deriva de animais de qualidade inferior”, afirmou.

Além disso, o setor enfrentou o escândalo sanitário no início de 2017 colocando todas as exportações (20% do total da produção) em risco. Seguiu-se a isso o escândalo da JBS, tendo os donos da maior indústria de proteína animal do mundo envolvidos em escândalos de corrupção com bancos, políticos e membros do judiciário. “Isso os levou à prisão e a um colapso parcial do seu império no Brasil”, disse Hill. “Outro colapso de preços se seguiu quando as plantas foram fechadas, causando caos e desequilibrando a demanda do setor”, destacou.

Mas, como isso deverá afetar os produtores no longo prazo? Hill acrescenta que talvez os produtores de gado brasileiros aprendam com isso e entendam que são produtores de commodities. “As margens são pequenas, então é preciso concentrar, desenvolver a produtividade e diluir custos”.

Novamente isso será esquecido com a próxima onda de elevação dos preços da carne ou a valorização das terras, enquanto o país retalha leis para proibir os investimentos de compradores de áreas estrangeiros, conclui o artigo.

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Tradução livre equipe Suino.com