O dólar tinha leve queda nesta segunda-feira, dando algum alívio ao real depois de registrar sequência de cinco ganhos diários consecutivos, mas este início de semana marcado por preocupações sobre a disseminação global da Covid-19, aperto monetário nos Estados Unidos e ruídos fiscais domésticos pode voltar a trazer pressão compradora.

Às 10:01, o dólar recuava 0,27%, a 5,5952 reais na venda. O dólar futuro de primeiro vencimento tinha perda de 0,30% nesta manhã, a 5,6025 reais.

A moeda norte-americana negociada no mercado interbancário vem de uma sequência de cinco valorizações diárias consecutivas, período em que acumulou avanço de 3,84%. O dólar fechou a sexta-feira a 5,6104 reais na venda.

É normal haver ajustes no preço da moeda após movimentos expressivos na taxa de câmbio.

Vários especialistas chamavam a atenção nesta segunda-feira para a agenda da semana, que prevê divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos e a publicação da ata da última reunião do Federal Reserve. O Bradesco explicou em relatório que o documento “poderá trazer mais detalhes sobre os planos do Fed em relação ao ritmo de redução do programa de compras de ativos (tapering)”.

Há entre os investidores a percepção de que os cortes desse estímulo pelo banco central dos EUA precederão aumentos de juros na maior economia do mundo. Caso o Fed acelere o ritmo de redução de suas compras de títulos e eleve os custos dos empréstimos mais cedo do que o esperado, o dólar pode ser impulsionado globalmente, uma vez que isso aumentaria a rentabilidade dos títulos soberanos dos EUA.

Nesta sessão, o índice do dólar frente a uma cesta de seis rivais rondava a estabilidade, mas seguia em patamares próximos a uma máxima em 16 meses alcançada na semana passada, conforme investidores monitoravam o noticiário em torno da disseminação da Covid-19 na Europa. A Áustria, por exemplo, já deu início a seu quarto lockdown nacional.

Já na cena local o foco do mercado continuava sobre a PEC dos Precatórios, escreveram os economistas do Bradesco, uma vez que a proposta pode ter definição nesta semana após votação no Senado. A Casa promove a partir das 15h desta segunda-feira sessão temática para debater a PEC.

Em meio a expectativas de investidores de que o governo de Jair Bolsonaro vai, de qualquer maneira, promover mais gastos com auxílio à população em 2022, ano eleitoral, a PEC dos Precatórios passou a ser vista por alguns como a melhor alternativa disponível para financiamento dessas despesas.

Mesmo assim, há receios de que o texto saia do Congresso com alterações possivelmente prejudiciais à saúde das contas públicas brasileiras, como a permissão de gastos fora do teto fiscal.

Fonte: Reuters