Dados meteorológicos sobre a região Sul do Brasil indicam que “é pouco provável até o presente momento” que a nuvem de gafanhotos que avança em território argentino alcance áreas no país, disse o Ministério da Agricultura nesta quarta-feira, com base em informações do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa).

A nuvem está seguindo para o sul da Argentina, em direção ao Uruguai, conforme a previsão inicial, acrescentou a pasta em comunicado.

Ainda assim, o governo brasileiro destacou que se mantém em estado de atenção.

Um grupo de trabalho do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas (DSV) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura permanece em situação de alerta e mobilização, em conjunto com as equipes técnicas das Superintendências Federais, segundo a pasta.

O alerta também está mantido nos órgãos estaduais de defesa agropecuária no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, assim como nas unidades de vigilância agropecuária do ministério localizadas na fronteira com o Rio Grande do Sul, região de maior risco.

“Com base neste cenário, estão sendo trabalhadas estratégias passíveis de adoção para um eventual surto da praga no Brasil, caso ocorram alterações climáticas favoráveis ao deslocamento da nuvem de gafanhotos para o nosso país.”

Desde 2015, a formação de nuvens desses insetos tem ocorrido de forma relativamente frequente nos países vizinhos da Bolívia, Paraguai e Argentina, ainda de acordo com o ministério.

Da espécie Schistocerca cancellata, que compõe a nuvem presente na Argentina neste momento, foram várias infestações nos anos de 1938, 1942 e 1946, de focos originários da Argentina que ingressaram pela região Sul do Brasil, alcançando os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.

Com isso, o ministério está, entre outras medidas, trabalhando na elaboração de um manual de orientações com ações de controle da praga, direcionado aos produtores rurais e aos órgãos estaduais de defesa agropecuária e de extensão rural.

A pasta informou na terça-feira que estava monitorando a nuvem de gafanhotos na Argentina.

Ainda conforme a Agricultura, Desde 2015, a formação de nuvens desses insetos na Bolívia, Paraguai e Argentina tem sido relativamente frequente. “Em virtude destes registros, o Mapa está, entre outras medidas, trabalhando na elaboração de um manual de orientações de ações de controle da praga, direcionado aos produtores rurais e aos órgãos estaduais de defesa agropecuária e de extensão rural.”

Diversos fatores podem originar o aumento das populações de gafanhotos, como climáticos (temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica acumulada), assim como predadores, parasitóides e doenças, explica a pasta.

Fonte: Reuters