Após três anos de crescimento, o abate de bovinos caiu 8,5% em 2020, atingindo 29,7 milhões de cabeças. Por outro lado, o abate de suínos aumentou 6,4% e atingiu novo recorde, chegando a 49,3 milhões de cabeças. Também o abate de frangos subiu: 3,3% em 2020 contra 2019, totalizando 6 bilhões de cabeças, novo recorde da série histórica iniciada em 1997.

Após três anos de altas, abate de bovinos cai em 2020

Em 2020, foram abatidos 29,7 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal), uma queda de 8,5% em relação a 2019 após três anos de crescimento na atividade.

O único mês a apresentar variação positiva frente a 2019 foi junho (mais 68,6 mil cabeças), enquanto a queda mais intensa foi verificada em abril (menos 382,6 mil cabeças). Ao longo de 2020 foi constatado um crescimento na proporção de machos abatidos em relação às fêmeas, além da valorização recorde do bezerro e da arroba bovina. Apesar da redução no abate, as exportações de carne bovina in natura alcançaram um patamar inédito em 2020, considerando a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.

Houve quedas em 24 das 27 Unidades da Federação e as mais expressivas foram em Mato Grosso (menos 573,6 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (menos 346,1 mil cabeças), Bahia (menos 237,2 mil cabeças) e Goiás (menos 220,3 mil cabeças). O único estado com mais de 1% de participação no abate bovino a apresentar alta foi Santa Catarina (mais 59,5 mil cabeças).

Mato Grosso continuou liderando o ranking das UFs do abate de bovinos em 2020, com 17,1% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (10,9%) e São Paulo (10,5%).

No 4º trimestre de 2020, foram abatidos 7,3 milhões de cabeças, queda de 9,6% frente ao 4° trimestre de 2019 e 5,5% abaixo do 3º tri de 2020. É o resultado mais baixo para um 4° trimestre desde 2010.

Com altas desde 2005, abate de suínos aumenta 6,4% e atinge novo recorde em 2020

Foram abatidos 49,3 milhões de cabeças de suínos em 2020, um aumento de 6,4% (mais 3,0 milhões de cabeças) em relação ao ano de 2019. Na série histórica desde 1997, somente na passagem de 2003 para 2004 não houve crescimento da atividade. A partir de 2005, ocorreram altas ininterruptas, culminando em novo patamar recorde em 2020.

Houve alta em todos os meses de 2020, frente ao ano anterior, e a maior foi em junho (mais 568,3 mil cabeças). O ano teve exportações recordes da carne suína in natura, assim como uma valorização expressiva do produto.

Houve acréscimos no abate em 11 das 25 Unidades da Federação participantes da pesquisa. Entre aquelas com participação acima de 1%, ocorreram aumentos em: Santa Catarina (mais 1,68 milhão de cabeças), Paraná (mais 727,7 mil cabeças), Minas Gerais (mais 275,7 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (mais 207,7 mil cabeças) e Mato Grosso (mais 187,1 mil cabeças). Em contrapartida, ocorreram quedas em: Rio Grande do Sul (menos 79,0 mil cabeças), Goiás (menos 34,6 mil cabeças) e São Paulo (menos 4,4 mil cabeças).

Santa Catarina manteve a liderança no abate de suínos em 2020, com 28,8% do abate nacional, seguido por Paraná (20,2%) e Rio Grande do Sul (16,9%).

No 4º trimestre de 2020, foram abatidos 12,5 milhões de cabeças de suínos, aumento de 4,9% frente ao mesmo período de 2019 e queda de 1,8% em relação ao 3° trimestre de 2020. Este foi o melhor 4° trimestre da série histórica (1997). Desde 2014, há crescimento do número de cabeças abatidas quando comparamos um 4o trimestre com o do ano imediatamente anterior. As exportações de carne suína in natura também foram recordes para o período.

Abate de frangos sobe 3,3% e bate recorde em 2020

Em 2020, foram abatidos 6 bilhões de cabeças de frango, aumento de 3,3% (mais 190,8 milhões de cabeças) em relação a 2019, novo recorde da série histórica iniciada em 1997. Comparando os meses de 2020 e 2019, houve reduções em maio (menos 29,0 milhões de cabeças) e agosto (menos 177,0 mil cabeças) e acréscimo nos demais períodos, com destaque para março (mais 61,7 milhões de cabeças) e dezembro (mais 53,2 milhões de cabeças).

Houve aumentos no abate em 18 das 25 Unidades da Federação. Entre aquelas com participação acima de 1%, ocorreram aumentos em: Paraná (mais 115,5 milhões de cabeças), Mato Grosso do Sul (mais 21,8 milhões de cabeças), Minas Gerais (mais 19,52 milhões de cabeças), São Paulo (mais 16,8 milhões de cabeças), Goiás (mais 8,6 milhões de cabeças), Bahia (mais 7,9 milhões de cabeças), Pernambuco (mais 5,9 milhões de cabeças), Santa Catarina (mais 2,7 milhões de cabeças) e Rio Grande do Sul (mais 1,4 milhões de cabeças). Em contrapartida, as quedas ocorreram em Mato Grosso (menos 11,1 milhões de cabeças) e Pará (menos 5,6 milhões de cabeças).

O Paraná continuou liderando amplamente o ranking das UFs no abate de frangos em 2020, com 33,4% de participação nacional, seguido por Santa Catarina (13,7%) e logo em seguida por Rio Grande do Sul (13,6%).

No 4º trimestre de 2020, foi abatido 1,6 bilhão de cabeças de frangos. Esse resultado significou aumentos de 5,6% em relação ao mesmo período de 2019 e de 2,6% frente ao 3° trimestre de 2020, e constitui um novo recorde para a série histórica iniciada em 1997. Como o desempenho das exportações de carne de frango não se destacou nesse trimestre, podemos considerar que boa parte desse aumento foi destinado ao consumo interno.

Fonte: IBGE