Enquanto a cultura do trigo acelera o processo de emissão da espiga e florescimento nas principais regiões produtoras do Rio Grande do Sul, atingindo, no momento, 75% em desenvolvimento vegetativo, 22% em floração e 3% em enchimento de grãos, a Emater/RS-Ascar lança, através da Gerência de Planejamento, o primeiro levantamento sobre as intenções dos produtores e dos demais atores da cadeia produtiva (cooperativas, comércio de insumos, bancos) em relação à próxima safra de grãos 2018/2019.

O levantamento, apresentado na Expointer na segunda-feira (27/08), contemplou uma amostra de 419 municípios gaúchos que cobrem 94% da área a ser cultivada com arroz, 80% com feijão primeira safra, 93% com milho grão, 91% da área a ser cultivada com soja e 90% com milho destinado à silagem.

De acordo com o Informativo Conjuntural desta quinta-feira (30), as regiões de Santa Rosa e Ijuí estão com 32% e 23%, respectivamente, das lavouras de trigo em floração, fase crítica para a formação da geada, o que deixa os produtores gaúchos apreensivos com a possibilidade de danos à cultura. “Geadas nesta época costumam diminuir de forma significativa a produtividade da cultura, mas até o momento poucos sintomas de danos são observados”, ressalta o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura. Até o momento as lavouras apresentam excelente desenvolvimento, com baixa incidência de doenças e pragas.

No caso das culturas de verão (arroz, feijão, milho e soja), a tendência observada nos últimos meses é de um aumento na área a ser cultivada, quer pela valorização de alguns grãos no último ano, quer pelos bons rendimentos (produtividades) obtidos nas últimas safras. “A exceção fica com a cultura do arroz, sendo a única a registrar, no momento, diminuição de área para a próxima safra”, observa Moura, ao analisar a redução de -1,69% na área do arroz em relação ao ano passado, ficando em 1,050 milhão de hectares. “Essa variação não chega a ser significativa, haja vista que a área plantada com esta gramínea tem variado em torno desse patamar (de um milhão de ha) desde 2008”, diz.

Nas demais culturas a tendência é de aumento na área cultivada, com o feijão da primeira safra marcando 4,24%, o milho 5,53% e a soja 2,30%. Na soma desses grãos, o RS deverá colher um total de 31,231 milhões de toneladas contra as 30,521 toneladas colhidas na safra passada, segundo o Ibge; um aumento de 3,25%. A Emater/RS-Ascar deverá fazer uma primeira retificação, em dezembro 2018 ou a qualquer momento, tanto na área quanto na produção, desde que ocorrências agrometeorológicas interfiram de maneira significativa nos rendimentos prévios esperados.

CRIAÇÕES

Bovinocultura de corte
As condições climáticas de um inverno mais rigoroso que a média dos últimos anos, apresentando temperaturas muito baixas e chuvas frequentes, têm dificultado a recuperação e o desenvolvimento dos campos nativos. As áreas com pastagens cultivadas de inverno e os campos nativos melhorados também têm sido afetados negativamente pelo excesso de umidade do solo, em vários locais de todas as regiões do RS. Nessas áreas, o manejo dos animais requer uma atenção especial, e os criadores que têm menor número de divisões de potreiros encontram mais dificuldade.

O gado que depende apenas do campo nativo para sua alimentação continua apresentando perda de peso. Os animais mantidos em campos melhorados e manejados em pastagens cultivadas não apresentam o desenvolvimento corporal esperado porque as propriedades nutricionais das forrageiras sofrem prejuízos causados pela umidade excessiva e pisoteio. Mesmo assim, houve um incremento no número de bovinos que chegam ao estágio final de terminação para o abate, refletindo-se nos preços pagos aos pecuaristas em boa parte do Estado.

Bovinocultura de leite
Nas diversas regiões, intensificam-se os preparativos para a implantação de áreas com cultivo de milho para silagem e com pastagens cultivadas anuais de verão. Em algumas localidades, o plantio de milho para silagem já foi realizado. De um modo geral, não há registros que indiquem preocupações maiores com o estado sanitário dos rebanhos bovinos de leite. O estado corporal dos animais não apresenta problemas significativos, mas os níveis de produção leiteira registrados são um pouco inferiores em relação à média de outros anos, nesta mesma época.

Fonte: Emater/RS