Enquanto os produtores gaúchos aceleram os preparativos para a implantação das culturas de inverno no Rio Grande do Sul, como busca por crédito para financiamento das lavouras, a Emater/RS-Ascar apresenta o primeiro levantamento com relação à intenção de plantio da safra 2019 no Rio Grande do Sul. Esse levantamento foi realizado na primeira quinzena de abril em 246 municípios gaúchos (89% da área) que produzem trigo, 62 municípios (90%) produtores de cevada, 78 municípios (86,41%) produtores de canola e 139 municípios (80%) produtores de aveia no Estado e divulgado nesta quinta-feira (30/05) através do Informativo Conjuntural.

Para esta safra de inverno, estimativas indicam que a área de trigo terá um aumento de 4,12%, passando de 710.158 ha na safra passada, de acordo com o IBGE, para 739.404 ha. Apesar do incremento tecnológico empregado na cultura ano a ano, a produtividade nesta safra reduzirá em -11,21%, ficando em 2.192 kg/ha, contra os 2.469 kg/ha na safra de 2018. Nesse sentido, a produção de trigo do RS também diminuirá de 1.753.099 toneladas para 1.620.894 toneladas, registrando um decréscimo -7,54%.

Atualmente, a pouca luminosidade e o clima chuvoso e úmido estão atrasando o plantio do trigo nas regiões Noroeste e Missões, onde já foram plantados 8% da área estimada para esta safra. Nas Missões, esse percentual é menor, devido ao fato de o período preferencial do zoneamento agroclimático ocorrer nas próximas semanas. As áreas implantadas na região Celeiro estão apresentando boa emergência, mas com coloração amarelada devido à falta de luminosidade e alta umidade.

As oscilações climáticas, especialmente pelo excesso de chuva nas fases reprodutiva e de formação de grãos, são um dos motivos para a diminuição da produção de trigo nos últimos anos no RS. Em 2013, considerada a maior safra já colhida pelo Estado, foram produzidas 3.351.150 toneladas de trigo, conforme dados do IBGE. De acordo com o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Paulo Rugeri, essa tendência de queda há alguns anos se confirma, em razão também dos custos de produção e preços pouco atrativos para o grão, “até porque os estoques mundiais estão altos e o consumo diminui a cada ano”, avalia. Um dos desafios para inverter essa tendência, segundo o dirigente, é a segregação das variedades de trigo, o que vai garantir uma produção capaz de atender às demandas de mercados específicos para o cereal.

Fonte: Emater/RS-Ascar