Estudo de georreferenciamento realizado pela Embrapa Territorial (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) constatou que os agricultores paranaenses destinam 27,9% de suas áreas para a preservação ambiental. O resultado da pesquisa foi apresentado na manhã desta segunda-feira (19/02), na sede do Sistema Ocepar, durante a reunião de Diretoria da Organização. O técnico da Embrapa Territorial, Carlos Alberto de Carvalho, detalhou aos dirigentes as conclusões do estudo, realizado com o apoio da Ocepar e cooperativas paranaenses. Utilizando informações do banco de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), a Embrapa calculou a dimensão das áreas dedicadas à APPs (Área de Preservação Permanente), reserva legal e vegetação excedente. “O trabalho de geoprocessamento levou cerca de dois meses, pois verificamos os dados em mais de 370 mil imóveis rurais cadastrados no Paraná. Essas propriedades ocupam uma área total de 14,5 milhões de hectares, sendo que os agricultores se comprometem a dedicar 4 milhões de hectares para a preservação ambiental”, afirmou.

Dados científicos – Segundo Carvalho, o estudo da Embrapa traz números e dados científicos que demonstram que os agricultores contribuem de “forma expressiva” com a preservação do meio ambiente. “A pesquisa mostra que a agricultura está alinhada com a questão ambiental”, enfatiza. O pesquisador ressalta que os dados do CAR dizem respeito à intenção dos agricultores com relação à preservação. “Esse trabalho é declaratório: o produtor rural, ao fazer o Cadastramento Ambiental Rural, informou onde vai ser sua reserva legal, onde vai ser sua área de APP, onde ele tem vegetação excedente, e se comprometeu administrativamente e juridicamente a preservar e manter aquelas áreas. É um ato declaratório, não quer dizer que tudo está coberto de vegetação, mas significa que os proprietários rurais se comprometeram a isso e serão monitorados pelas instituições fiscalizadoras”, conclui.

Informações detalhadas – Conforme o técnico da Embrapa, no Brasil, o percentual de áreas dentro de propriedades agrícolas dedicadas à preservação é de 20%, o que equivale a 160 milhões de hectares. “Com as ferramentas de georreferenciamento e inteligência territorial nós podemos localizar, por município, e indicar onde estão os produtores rurais que têm mais áreas destinadas à preservação, encontrar os que têm menos, estabelecer contatos e utilizar os mecanismos de compensação”, explica. “Todas essas informações expressas em mapas e números, nos trazem um embasamento para propor políticas públicas, estabelecer parcerias e ampliar o detalhamento dos dados, mostrando a interconexão dos locais de preservação e motivando outros estudos, por exemplo, sobre o movimento e deslocamento da fauna nessas áreas”, finaliza.

 

Fonte: Ocepar