O sexto relatório Business Benchmark on Farm Animal Welfare 2017 (BBFAW) classifica 110 empresas mundiais de alimentos em padrões de bem-estar de animais de fazenda. Elas são avaliadas do nível 1 (melhor) ao 6 (pior). O material, lançado no último dia 22, indica bom desempenho de empresas brasileiras nessa área: BRF (nível 2), JBS (nível 2) e Marfrig (nível 3) iniciaram projetos voltados ao bem-estar dos animais de fazenda em seus processos de negócios.

“Os consumidores estão demonstrando, cada vez mais, uma preocupação com o bem-estar animal. Em todo o mundo, esse é um ponto que interfere diretamente na decisão de compra e, no Brasil, esse comportamento tende a crescer. Por isso, as empresas têm colocado o tema entre suas estratégias de negócios”, declara José Rodolfo Ciocca, gerente de agropecuária sustentável da Proteção Animal Mundial.

A conquista do Brasil pode ser atribuída também ao fato dessas empresas serem grandes exportadoras para os EUA e Europa – locais onde é necessário garantir o bem-estar animal.

Veja o infográfico com os principais resultados

O ranking do BBFAW é publicado anualmente pela Proteção Animal Mundial e os parceiros da Compassion in World Farming, desde 2012. A empresa Coller Capital se uniu à parceria em 2014.

Redes de fast-food

No setor de fast-food, nenhuma empresa atingiu o nível 1. O McDonald’s, cujos alimentos são consumidos por 68 milhões de pessoas por dia, lidera o ranking com o nível 2. A rede tem uma política universal de saúde e bem-estar animal e assumiu importantes compromissos, como o uso de ovos de galinhas sem gaiola no Reino Unido, Europa e Nova Zelândia e a eliminação de gaiolas de gestação para porcas nos EUA e Reino Unido.

Já o bem-estar de frangos servidos em restaurantes ao redor do mundo ainda é polêmico. O McDonald’s, além da falta de processos com a genética, ainda não se compromete a oferecer espaço suficiente para esses animais viverem de forma saudável.

Pizza Hut e Starbucks, redes estrangeiras e também bastante populares no Brasil, encontram-se no posto 5. Para essas empresas, o bem-estar dos animais de fazenda está na agenda de negócios, mas há evidências limitadas de implementação. “Esse tipo de estudo permite que as empresas troquem suas experiências e, assim, adaptem ideias e projetos para avançar em relação ao bem-estar animal”, afirma José Rodolfo Ciocca, gerente de agropecuária sustentável da Proteção Animal Mundial.

Destaques do BBFAW 2017

O relatório mostra que muitas das 110 empresas mundiais de alimentos estão avançando em relação ao bem-estar dos animais de fazenda e considerando o tema em seus processos de gerenciamento.

  • 47% dessas empresas já incorporaram a gestão do bem-estar de animais de fazenda como responsabilidade diária, inclusive à alta gestão. explícita da diretoria ou da alta administração em relação ao bem-estar dos animais de fazenda.
  • 72% apresentaram melhorias para o bem-estar dos animais de fazenda.
  • 87 empresas (79%) comprometeram-se a evitar o confinamento extremo em um ou mais dos principais mercados em que operam. Os compromissos corporativos mais comuns dizem respeito à eliminação de gaiolas para galinhas poedeiras e à eliminação de gaiolas para porcas.

Para mais informações, confira o relatório na íntegra (em inglês).

Fonte: Proteção Animal Mundial