“A difusão da tecnologia genômica aplicada em bovinos de leite” foi o foco do evento promovido pela DNA Genética do Brasil com apoio do Sebrae/SC, na primeira semana de setembro, em Chapecó. O encontro reuniu técnicos de cooperativas do sistema Aurora Alimentos, da cooperativa Santa Clara do Rio Grande do Sul, além de técnicos responsáveis por algumas prefeituras do oeste de Santa Catarina e empresários rurais.

O presidente da DNA, Jonei Bortolanza, destacou que o objetivo foi difundir a tecnologia da genômica aplicada a todos os técnicos das cooperativas, produtores rurais e responsáveis pelo melhoramento genético em alguns municípios de Santa Catarina. “A DNA iniciou suas atividades fazendo uso de touros testados genomicamente e vem desenvolvendo seus trabalhos com a implantação e difusão da genômica aplicada, usando uma tecnologia de última geração que se baseia na leitura do DNA para identificar os pontos fortes e fracos dos rebanhos e fazer as correções devidas. Todo nosso trabalho é fundamentado por meio da leitura do DNA dos bovinos leiteiros. A empresa foi responsável por iniciar a difusão e introdução da genômica no Brasil”.

Entre os palestrantes esteve o geneticista Celso Barbiero, que também é diretor técnico da DNA, coordenador do uso da genética na empresa e consultor do Sebrae no Paraná e Rio Grande do Sul. Ele destacou que o dia foi reservado para reunir os profissionais do sistema cooperativo de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul que estão desenvolvendo projetos na aplicabilidade da tecnologia genética. “Esse encontro é importante para que os pioneiros possam transmitir informações aos que estão chegando sobre limitações para que tenham maior acerto nas ações, já que um projeto desta natureza demanda de uma logística grande”.

Encontro discute difusão da tecnologia genômica aplicada em bovinos de leite

Barbiero salientou, ainda, que essa solução é a primeira biotecnologia que traz tantos resultados aos rebanhos. “Importante termos noção do que significa genômica aplicada e fazer o melhor uso dela. Trata-se de uma tecnologia extremamente moderna e de certa forma delicada. Entendemos que já temos resultados e o progresso genético nas devidas características estão sendo importantes. Nesse período dos primeiros projetos temos resultados de filhas e netas, o que nos dá segurança para desenvolver ainda mais”.

Outro aspecto reforçado pelo palestrante esteve relacionado ao maior objetivo do evento que é transferir informações aos departamentos técnicos sobre a aplicabilidade da genômica para que leve ao campo. “Ainda necessitamos de muita informação para que o criador compreenda essa tecnologia que é de certa forma complexa e queremos traduzir de forma afinada aos departamentos técnicos para que chegue com agilidade ao campo. Nosso objetivo é demonstrar aos criadores que precisamos produzir com maior eficiência e mais qualidade”.

A Copérdia é filiada à Aurora Alimentos e trabalha no processo de produção de leite com seus cooperados desde 1982. De lá para cá, a cooperativa teve alguns programas de melhoramento genético, porém, as primeiras experiências com poucos resultados. O gerente de fomento de leite Fávio Durante conta que em 2012, através da DNA (TAG na época), o geneticista da empresa trouxe uma proposta a respeito da tecnologia genômica para implementar um processo de melhoramento genético aos produtores associados à cooperativa. “Houve um pouco de resistência porque a iniciativa era pouco conhecida, mas logo entendemos que seria a tecnologia do futuro para o melhoramento do rebanho leiteiro. A Copérdia foi a primeira cooperativa que acreditou no projeto e, a partir disso, desenvolvemos um programa de melhoramento genético do rebanho”.

Dessa forma, foram avaliados visualmente mais de 1.000 animais de produtores da cooperativa e, através disso, foi desenvolvido o modelo animal Copérdia, ou seja, a vaca que se esperava para o futuro. “Identificamos touros que poderiam fazer esse melhoramento genético, desenvolvemos nosso primeiro catálogo de touros, importamos o material e começamos a trabalhar com os produtores. A partir disso, começamos um intenso treinamento para a equipe técnica e os cooperados para compreenderem e participarem junto com a cooperativa desse processo que nos traria ganhos importantes no futuro”, explica Durante.

Depois, o projeto foi aderido pela Aurora Alimentos que aprimorou e disponibilizou às cooperativas filiadas. “Surgiram muitas novidades e hoje, na minha visão, é o melhor projeto de melhoramento genético do rebanho leiteiro do Brasil, tanto pelo profissionalismo, quanto pela tecnologia. Acredito que hoje estamos em um patamar superior em termos de melhoramento genético no rebanho leiteiro dos produtores da Aurora e cooperativas filiadas”, realça o gerente de fomento de leite da Copérdia.

O assessor de lácteos da Aurora, Selvino Giesel, apresentou a experiência da cooperativa com o Modelo Genético Aurora (MGA). O programa teve início em julho de 2014 com a formação de um Conselho Gestor, constituído por técnicos de todas as cooperativas filiadas, parceria com Sebrae e empresas do ramo de genética e laboratório. “Enviamos o material coletado dos animais para os EUA, onde foi analisado e lido. Depois, essas informações foram decodificadas e passadas para uma base nacional visando servir de ferramenta na criação do MGA. Com isso, é possível levar aos produtores a orientação para a aquisição de material genético que efetivamente irá corrigir os defeitos e deficiências encontradas neste trabalho”.

GENÔMICA

Genômica é coletar um material de um indivíduo (pelo, sangue ou célula), encaminhar para o laboratório e entender todo o seu DNA, ou seja, o que o animal tem de bom ou de ruim, em termos de doenças, volume de sólidos, volume de leite, entre outros. Em todos os quesitos é possível identificar os pontos positivos e negativos e, através desses dados, trabalhar com as correções devidas utilizando os reprodutores que corrijam essas deficiências que o rebanho apresenta.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa