Uma equipe avançada da Organização Mundial da Saúde (OMS) partiu para a China para coordenador uma investigação sobre as origens do novo coronavírus responsável pela atual pandemia, disse uma porta-voz nesta sexta-feira.

Acredita-se que o vírus surgiu no final do ano passado em um mercado varejista da cidade chinesa central de Wuhan, que permanece fechado desde então, depois de romper a barreira do reino animal para infectar humanos.

Dois agentes da OMS, especialistas em saúde animal e epidemiologia, trabalharão com cientistas chineses para determinar a abrangência e o itinerário da investigação, disse a porta-voz Margaret Harris, que não quis identificá-los.

“Eles partiram, estão no ar agora, são a equipe avançada que delineará a abrangência”, disse ela em uma coletiva de imprensa.

Isso envolveria negociações em questões como a composição da equipe completa, acrescentou.

“Uma das maiores questões nas quais todos estão interessados, e é claro que é por isso que estamos enviando um especialista em saúde animal, é analisar se ele (vírus) saltou ou não de uma espécie para um humano e de qual espécie saltou”, detalhou.

“Sabemos que ele é muito, muito parecido com o vírus do morcego, mas será que passou por uma espécie intermediária? Esta é uma pergunta que todos precisamos ver respondida”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu secretário de Estado, Mike Pompeo, disseram que o coronavírus pode ter se originado em um laboratório de Wuhan, mas não apresentaram nenhum indício disto, e a China nega essa possibilidade com veemência. Cientistas e agências de inteligência dos EUA disseram que ele emergiu na natureza.

“Se houve irregularidade –e podemos nunca saber ao certo–, será muito difícil descobrir”, disse Lawrence Gostin, professor da Escola de Direito de Georgetown de Washington, D.C., à Reuters.

“O mercado de produtos frescos foi fechado imediatamente. Não existe registro, avaliação ou investigação independente de uma possível fonte zoonótica, então será muito duro voltar e montar as peças”.

(Por Stephanie Nebehaym, em Genebra, e Michael Shields, em Zurique)

 Fonte: Reuters