Produzir grãos e proteínas são atividades inseparáveis. Se produz milho e soja, em boa parte, para transformá-los em carne, frango, suínos, ovos etc. Essa relação se traduz bem com a imagem de uma gangorra, na qual os grãos estão em um lado e a proteína animal de outro. Existe um ponto de equilíbrio, mas na maior parte do tempo essa balança pende um pouco mais para um lado do que para outro.

Até agosto de 2017, quando os grãos atingiram o menor preço dos últimos anos, proteína animal estava em uma parte um pouco mais alta. O jogo, no entanto, virou, e a escalada de preços de lá até aqui inverteu. Em oito meses, a saca de milho teve um aumento de mais de 70% e a soja subiu mais de 20%. Os preços do frango, por sua vez, recuaram 2% no mesmo período, enquanto que os do suíno reduziram 10% .

A quantia de quilos de carne nas duas cadeias de proteína animal para comprar uma saca de milho quase dobrou e, na soja o aumento foi em média de 30%, números que acabam refletindo no mercado e o que pode vir pela frente. “Essa situação ainda não nos afetou em relação ao preço, o que tem acontecido nos últimos lotes é uma redução em torno de 5% na população alojada, quando o normal seria um aumento de 5% no inverno”, explica o avicultor Jhovan Meurer Potrich, de Paranavaí, Noroeste do Paraná.

Potich lembra que no sistema integrado a alimentação das aves é fornecida pela integradora. Mesmo assim, os produtores de aves da região estão apreensivos com os possíveis desdobramentos dessa subida de preços. “O Brasil teve recentemente problemas de bloqueios de unidades que exportavam, o mercado interno está com abaste -cimento elevado. O milho nas alturas e aumento da oferta interna são uma receita ruim para qualquer produção. Por isso, uma leve redução na densidade é aceitável, melhor pingar do que secar”, completa.

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Foto: Eduardo Trage

Fonte: Boletim Informativo Sistema Faep