Um estudo produzido pelo economista Alexandre Mendonça de Barros indica que negligenciar inovações que surgem na agricultura podem resultar em perdas de produtividade e de qualidade. Citando o estudo, intitulado “Inovação Tecnológica e seus Impactos na Economia”, o membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Professor da ESPM, Coroliano Xavier, lembra de três pragas com potencial para reduzir a produtividade da soja entre 10% e 35%, caso não recebam um controle adequado.

“Se os danos à produtividade fossem de 5%, haveria queda de R$ 1,9 e R$ 5,8 bilhões no VBP, respectivamente em milho e soja.  E, se o recuo de produtividade fosse de 10%, o Valor Bruto de Produção (VBP) cairia R$ 3,8 e R$ 11,7 bilhões, respectivamente. Perdas cujo impacto iria além, afetando o consumo do campo em bens e serviços diretos, indiretos, ou induzidos em outros setores da economia”, explica.

Nesse sentido, o especialista cita outro exemplo além da soja, segundo ele, a situação piora quando se fala no cultivo do milho, em que existem doenças com potencial de redução de 30%, 40% e até 50%. No entanto, ele lembra que esses exemplos são de uma área específica, mas os cuidados devem ser levando em consideração em todas as outras áreas da agricultura.

“Este é um exemplo pontual na área fitossanitária. Mas esse tipo de efeito agregador da inovação também ocorre na genética vegetal, na nutrição de precisão, na automação e inteligência artificial, entre outras tecnologias. E não se trata aqui de fé cega na inovação, pois o pensamento científico e a reflexão crítica a respeito de inovações devem existir sempre”, comenta.

Para finalizar, Xavier salienta que esse discurso não vale apenas para a agricultura, bem como para todos os setores da sociedade, inclusive. “Tecnologia é motor da economia e inovação é motor da tecnologia. Ambas estão (junto com a educação) na raiz do crescimento da produtividade”, finaliza.

 

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems