Dificuldade em ampliar os volumes embarcados pode acarretar em aumento de preços no Brasil para equilibrar a balança entre preço do produto X custos de produção

Conforme relatório divulgado pelo banco Itaú BBA sobre as expectativas para o agronegócio brasileiro em janeiro de 2021, a perspectiva de aumento na produção de carne de frango no país vem carregada de otimismo, “tendo em vista a dificuldade observada nos últimos anos de expandir os volumes exportados além do cenário de custos de produção elevados.

A análise retoma a expectativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) de crescimento entre 3,3% e 5,5% na produção brasileira de carne de frango em 2021 enquanto que para as exportações a entidade estima expansão de 7%.

Com a estagnação dos volumes exportados e obstáculos para aumentar os embarques, os analistas do banco pontuam que este aumento na produção irá demandar preços elevados no mercado interno para o equilíbrio das margens.

“Com a competitividade elevada relativamente às demais proteínas, sobretudo o dianteiro bovino, o consumo interno da ave pode ser favorecido neste ano, dado o ambiente de alto desemprego e possíveis preços elevados das carnes. Apesar disso, para o primeiro trimestre, a sazonalidade sugere preços normalmente mais acomodados para a carne de frango”.

Em relação ao mercado externo, o relatório explica que será importante o observar o direcionamento do petróleo, em princípio com perspectiva positiva associada à recuperação das economias, por sua vez apoiada nos efeitos positivos da imunização contra o coronavírus.

Ponto positivo ressaltado pelo Itaú BBA foi a retirada do embargo das Filipinas em dezembro para a importação da proteína brasileira, já que este mercado vinha adquirindo 7-8 mil toneladas/mês mas que absorveu volumes irrisórios a partir de setembro.

“Ainda assim, o Brasil foi um dos países que mais cresceu os envios para os filipinos em 2020 e a perspectiva é de bons volumes para 2021 (375-400 mil toneladas) em função da escassez de carne suína, já que aquele país também foi muito afetado pela Peste Suína Africana”.

Fonte: Notícias Agrícolas + Itaú/BBA