O governador Raimundo Colombo e o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, participaram na tarde desta quarta-feira, 6, em Brasília, de audiência da Frente Parlamentar Catarinense com o Ministério da Agricultura para tratar de demandas da suinocultura. Entre os temas abordados, destaque para os avanços nas negociações para o início da exportação de carne suína catarinense para a Coreia do Sul e para o México. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, também anunciou a oferta extra de 160 mil toneladas de milho pela Conab para Santa Catarina, diante do impacto que a pouca oferta do grão tem gerado no custo da produção da suinocultura catarinense.

Tanto a abertura de novos mercados quanto a liberação de milho são medidas que ajudam a valorizar o preço da carne suína para o produtor catarinense. “Coreia do Sul e México estão entre os maiores importadores de carne suína do mundo, são dois mercados fundamentais para reequilibrar o preço para o produtor. Estamos com a produção maior em Santa Catarina e, com a lei da oferta e da procura, o preço acaba caindo. Buscar mercados no exterior, principalmente compradores de grande quantidade e que pagam bem, é essencial nesse momento”, destacou Colombo.

O governador lembrou que as negociações com a Coreia do Sul são as mais adiantadas, já envolvendo diretamente as empresas produtoras de Santa Catarina que serão exportadoras e o governo coreano. O secretário Sopelsa afirmou que a previsão é de que as empresas catarinenses que já estão exportando para o Japão também devem ser autorizadas para vender para a Coreia do Sul.

Com o México, as negociações ainda estão em uma fase inicial, mas como Santa Catarina já exporta frango para o mercado mexicano, as tratativas devem ganhar agilidade, segundo Colombo. A comitiva catarinense solicitou que o ministério dê mais agilidade ao preenchimento do questionário do Serviço Nacional de Sanidade, Inocuidade e Qualidade Agroalimentar do México (Senasica), requisito necessário para indicar o interesse brasileiro em exportar carne suína para aquele país. Outra demanda é que seja marcada uma audiência com autoridades sanitárias do México e do Brasil em maio deste ano, em Paris durante a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Suinocultura em SC

Santa Catarina é o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação e também livre de peste suína clássica, com certificados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), status sanitário diferenciado que foi um fator decisivo para a abertura de novos mercados.

Santa Catarina é o maior produtor e exportador nacional de carne suína do país. São cerca de 10 mil criadores integrados às agroindústrias e independentes, que produzem anualmente cerca de 850 mil toneladas de carne suína. Com um rebanho efetivo estimado em sete milhões de cabeças, o Estado é responsável por aproximadamente 27% da produção nacional de carne suína e por 35% das exportações brasileiras.

Entre os atuais principais países de destinos da carne suína catarinense, estão Rússia, China, Angola, Cingapura, Chile, Japão, Uruguai e Argentina. Atualmente, o Estado exporta quase 190 mil toneladas por ano.

A expectativa do Governo do Estado é de que as vendas para a Coreia do Sul possam incrementar este volume entre 17% e 20%. A Coreia do Sul, assim como o Japão, é um grande importador de carne suína. A estimativa é de que Santa Catarina envie, inicialmente, 33 mil toneladas de carne suína por ano para aquele país, o que representa uma receita de US$ 108 milhões. “Será um ganho muito importante, vamos melhorar as exportações do Estado. Como temos uma tendência de diminuir o consumo interno no país, diante do cenário de crise econômica no Brasil, a conquista de novos mercados no exterior ganha ainda mais relevância para manutenção do preço para os produtores”, acrescentou o secretário Sopelsa.

Já o México importa cerca de 500 mil toneladas de carne suína dos Estados Unidos e está procurando diversificar suas fontes, por isso, manifestou interesse em comprar carne suína do Brasil. A expectativa é de que exportações catarinenses para o México possam chegar até a 100 mil toneladas por ano.

Transporte de milho por ferrovias

O governador Raimundo Colombo também voltou a tratar da proposta que Santa Catarina tem de transportar milho por ferrovias por meio de parceria com a iniciativa privada. A medida atenderia a demanda dos produtores de suínos, bovinos e aves, trazendo milho de outros estados de forma mais econômica. A intenção é que a carga saia de Goiás ou Mato Grosso e seja descarregada em Lages.

A princípio, o milho seria carregado em Goiás ou Mato Grosso, estados com uma grande produção do grão, e seriam descarregados em Lages, de onde seria transportado via caminhões para as agroindústrias ou produtores. Em média, o milho percorreria 600 quilômetros pelas rodovias e até 2.300 quilômetros em vagões de trens. “Seria uma vantagem muito grande e as negociações com a iniciativa privada. Há uma grande possibilidade de reduzir o custo do milho pelo valor do frete, adotando o transporte ferroviário”, afirmou Colombo.

Também acompanharam a audiência no ministério da Agricultura o secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, e a secretária adjunta de Articulação Nacional, Lourdes Martini.

Fonte: Secretaria de Estado de Comunicação de SC