As exportações brasileira de soja nos primeiros 10 dias úteis de janeiro de 2022 somaram 1,243 milhão de toneladas, de acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgados na segunda-feira (17), e já superam largamente todo o volume da oleaginosa exportado em janeiro de 2021 de pouco mais de 49 mil toneladas. E para Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, o mês pode terminar com cerca de três milhões – ou até um pouco mais – de toneladas de soja embarcadas pelo país.

A média diária das exportações foi, no período, de 124,3 mil toneladas, contra pouco mais de 2,4 mil na comparação anual. Mais do que isso, o valor da tonelada da soja brasileira foi de US$ 505,70, contra US$ 470,10 há um ano.

Como explica Brandalizze, ainda há diversos contratos antigos sendo embarcados, bem como os primeiros volumes de soja 2021/22, que chegam mais cedo dado o plantio tendo acontecido em ritmo recorde e também pelos efeitos da seca. “Já há muitos navios embarcando soja da safra nova”, diz.

NEGÓCIOS AINDA LENTOS

Os novos negócios com a soja do Brasil, porém, seguem lentos, com os produtores evitando comprometer mais de sua soja diante das adversidades que seguem sendo registradas em importantes regiões produtoras. De acordo com o levantamento da Brandalizze Consulting, algo entre 35% e 40% da safra 2021/22 já foram comercializados.

Apesar do ritmo estar mais tímido agora com novas vendas, a demanda é forte e a disputa entre exportações e a indústria nacional deve continuar aquecida.

“A indústria sabe que vai esmagar bastante, que há uma demanda maior tanto do farelo, quanto do óleo, e paga mais para garantir essa soja. Os preços da soja CIF no Sul estavam na casa dos R$ 190,00 no final da semana, com interesse de compra. E a indústria sabe também que o Brasil deve exportar mais devido às condições da Argentina e do Paraguai”, explica o consultor, que lembra ainda que as margens na indústria esmagadora estão bastante positivas agora.

O que tem ajudado a estimular os negócios que se firmam e favorecem a formação dos preços são os prêmios, que seguem altos e subindo. A disputa entre a indústria nacional e a exportação segue como combustível para este movimento, bem como o pouco interesse de venda do produtor brasileiro agora, principalmente do sul do país, até que ele conheça o tamanho real de sua safra.

Fonte: Notícias Agrícolas