A Argentina precisa importar 40% de seu consumo interno de embutidos de carne suína, como mortadela e salame. É o que tem ocorrido nos últimos meses, pois a crise econômica e a retração do consumo não permitem ainda projetar como o mercado consumidor argentino reagirá à desvalorização do peso.
Essa crise que a Argentina passa atualmente tem efeito na competitividade dos produtos locais. A Argentina não é auto-suficiente em derivados de suínos. Segundo a Abipecs, em 2001, as exportações brasileiras de carne suína para a Argentina caíram 50%, passando de 50 mil toneladas em 2000 para menos de 30 mil toneladas em 2001.
Até o ano passado, a Argentina respondia por 15% do mercado externo para a carne suína brasileira. Neste ano, a estimativa é de que haverá mais 40% de redução nas vendas. O governo argentino instaurou um processo para investigar possível “dumping” na carne suína brasileira, acusação feita por produtores argentinos. O processo é semelhante ao ocorrido no setor de frango, depois do qual as indústrias brasileiras foram obrigadas a pagar pesada taxa anti-dumping sobre suas exportações de frango para o país vizinho.
No caso dos suínos, as indústrias brasileiras estão preparando suas respostas a uma lista de questões formuladas pelo governo argentino sobre preços e práticas comerciais. A resposta deve ser enviada pelo Itamaraty para o governo argentino até o dia 28 de janeiro.

Redação suino.com adaptado da Massey Ferguson