A partir da Era Industrial, quando quem tinha um “cargo” detinha o poder, a burocracia fazia parte da estrutura do sistema empresarial, caracterizando o modelo padrão das grandes companhias, com regras e procedimentos predeterminados e no respeito à posição hierárquica. Na sequência, entra a Era da Informação, onde quem detinha a “informação” e a transformava em “conhecimento” tinha o poder, a meritocracia foi favorecida, com atividades coordenadas, mais integradas, valendo-se do conhecimento individual.

Na Era Ágil ou da Adhocracia, a “Ação é Poder”. Nesse novo modelo, equipes multifuncionais que agem em torno de oportunidades externas, enxergam melhor as mudanças que os cercam, tornam-se mais assertivas e ágeis. Hoje, de forma geral, temos acesso à um volume enorme de informações e as mudanças são exponenciais, alterando negócios e modelos de gestão de forma muito rápida. Novos princípios de estratégia, organização e liderança poderão ser adotados, para que consigamos nos adaptar a essa nova era.

Não é surpresa que tais mudanças também impactam nos modelos de gestão das empresas do agronegócio, que até pouco tempo estavam embasadas em inovações incrementais, ou seja, a melhora de produtos ou processos, sem alterar drasticamente a estrutura produtiva ou o modelo de gestão. Agora, convivemos também com o conceito de inovação disruptiva, onde uma inovação tecnológica, produto ou serviço, utiliza uma quebra de continuidade, ao invés de evoluir, para superar uma tecnologia existente dominante no mercado.

Podemos citar como exemplo clássico de mudança de inovação incremental para a inovação disruptiva, a evolução do disco de vinil e k7s até CDs e DVDs para os sites que se permitem baixar as músicas pela internet. Houve protestos num primeiro momento por artistas e gravadoras, mas hoje já convivemos com um novo modelo onde tudo está mais do que consolidado, com stream de músicas, como o Spotify, e de vídeos e filmes, como o Netflix.

No campo não é diferente. As inovações chegaram e o agronegócio vive uma era de grandes oportunidades! O conceito de Agrotech se faz cada vez mais presente em nossos negócios e há um volume cada vez maior de startups agrícolas no Brasil, implantando sistemas de gestão integrados, tecnologias de manejo em pecuária, rastreabilidade, acompanhamento de sanidade animal, novas tecnologias de plantio e armazenagem, dentre outras.

Essas tecnologias nos permitem gerir melhor o grande volume de dados, muitas vezes difusos em nossos processos produtivos, proporcionando uma visão mais analítica de nossos negócios e agilizando a tomada de decisão. Sobre tudo isso, podemos pensar que a inovação no campo tem como grande motivação a necessidade de atender a uma demanda crescente de produção. Há grande espaço para atuações inovadoras na produtividade e na redução de desperdícios.

A Era Ágil chegou e atitudes empreendedoras são ferramentas transformadoras para a gestão das empresas, onde a inovação, mais do que nunca, molda o futuro do agronegócio.

Fabio Luiz Rocha – colunista do suino.com

Fontes consultadas:
AGRIBUSINESS AGENDA 2016. KPMG New Zealand, Aukland, v.2, n.1, 2016.
BARRIONUEVO, F. Z. É irreversível: a inovação chegou ao campo e o mundo agro vive uma era de grandes oportunidades. Draft Academia, 19 mai. 2017. Disponível em: https://projetodraft.com/na-nova-era-do-campo-o-smartphone-chega-a-todos-os-produtores-e-as-solucoes-sao-mais-democratizadas/. Acesso em: 3 jan. 2018.
RIDEERSTRALE, J e BIRKINSHAW J. Avanço rápido como abordagem estratégica. hsm management, n.124, p.37-42, set-out. 2017.
VEYRAT, P. Inovação disruptiva, mais um exemplo de palavra da moda? Heflo, 9 dez. 2016. Disponível em: <https://www.heflo.com/pt-br/gerenciar-negocios/inovacao-disruptiva-exemplo/. Acesso em: 3 jan. 2018