No Food Outlook 2020 que acaba de divulgar, a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que em 2020 serão produzidas, mundialmente, perto de 310 milhões de toneladas das carnes bovina, avícola e suína. Tal volume, se confirmado, ficará cerca de 2% aquém dos 316 milhões de toneladas registrados no ano passado (resultado preliminar) e mais de 3% abaixo dos (quase) 320 milhões de toneladas de 2018.

Por ora, tal previsão tem pouco a ver com a pandemia do novo Coronavírus: é reflexo, quase exclusivamente, do surto de peste suína africana que afetou e ainda afeta sobretudo os países asiáticos, principalmente a China. Tanto que a redução está mais concentrada na Ásia.

Já o comércio internacional dessas três carnes sofrerá os efeitos diretos da Covid-19, com interferências na logística e nos níveis de importação. E como – frente às restrições enfrentadas – a oferta das carnes bovina e avícola tende a ser elevada, seus preços devem continuar em queda.

De toda forma, impulsionado pelas importações de carne suína, as transações de exportação e importação podem situar-se em torno dos 35,5 milhões de toneladas, 2,60% e 9,57% a mais que o registrado em 2019 e 2018, respectivamente.

Pelos valores apontados, a produção de carne avícola (de frango, fundamentalmente) corresponderá a pouco mais de 44% da produção mundial, ficando a carne suína com 32,60% e a bovina com 23,24%.

Já no comércio internacional, a carne avícola responderá por cerca de 39% do total, cabendo à carne bovina 31,27% de participação e à carne suína perto de 30%.

Notar que:

1º) Em termos de produção, só a carne avícola deve alcançar volume superior ao dos dois anos anteriores. Ou seja: em relação a 2019, além da carne suína, também a produção da carne bovina deve apresentar queda, em decorrência de retrações nos EUA, Austrália, Índia e Nova Zelândia, entre outros. Ou seja: para o Brasil é previsto aumento – e não só de carne bovina, mas também suína e avícola:

2º) Só o comércio de carne suína permanece crescente, o das outras duas carnes tendendo a reduções próximas de 1%. Porém, novamente, o Brasil não participa dessas reduções, projetando-se expansão anual de, praticamente, 20% nas exportações de carne suína e de 9,3% nas de carne bovina, mas de apenas 1,66% nas de carne avícola.

Fonte: AviSite