Principal medida contra a doença está sendo o controle do Porto de Rio Grande e do Aeroporto de Porto Alegre

A confirmação de um caso de Peste Suína Africana no continente americano – mais especificamente, na República Dominicana – colocou os produtores e entidades ligadas ao setor da suinocultura em alerta. O Rio Grande do Sul, na condição de segundo maior estado brasileiro exportador de carne suína, está se mobilizando para evitar que a doença ingresse no território gaúcho e, também, no País. Na tarde de quinta-feira, 12, o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Estado (Fundesa), Rogério Kerber, falou sobre as medidas adotadas em solo gaúcho, para coibir a contaminação do rebanho brasileiro, na Rádio Gazeta 107,9 FM.

Segundo ele, a preocupação em relação à doença já é uma realidade no País. A Peste Suína teve origem na China, depois ampliou o alcance sobre a Ásia, alcançando o continente europeu, o africano e chegou, finalmente, nas Américas. “A nossa mobilização é para evitar que se espalhe por outros países”, destacou. Nessa segunda-feira, 9, Kerber participou de um encontro promovido pela secretária de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, o qual contou com diversas entidades representativas do setor. “Esse movimento, no entanto, começou assim que o caso da República Dominicana foi divulgado e partiu do Ministério da Agricultura”, contou.

No encontro, foi debatido em que estágio está a articulação do serviço veterinário oficial do Estado, que está desenvolvendo um programa específico para a saúde do rebanho suíno do Rio Grande do Sul. “Ficou claro que estamos no caminho correto”, afirmou. De maneira mais efetiva, segundo Kerber, as ações são voltadas ao cuidado com ingresso de pessoas e produtos vindos de fora do País. Isso acontece através do controle dos três voos internacionais que chegam do Panamá em Porto Alegre, semanalmente. “Há duas semanas, estão monitorando 100% dos passageiros e das bagagens. Isso também está acontecendo no Porto de Rio Grande”, esclareceu.

Para os produtores, a orientação é adotar critérios rígidos de biossegurança, evitando que pessoas estranhas, veículos ou qualquer outra situação diferente entre nos estabelecimentos. Apesar de seres humanos não serem infectadas, eles podem agir como vetores da Peste Suína, já que o vírus se aloja em calçados e roupas, sobrevivendo por mais de 90 dias. “Além disso, muitos passageiros não observam a legislação e trazem produtos como carne suína, embutidos, curados, que podem estar contaminados”, apontou. É por isso, ainda, que Kerber orienta para que não se forneça restos de alimentos consumidos por humanos aos suínos.

Impacto econômico

Se a Peste Suína chegar ao Brasil, o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, disse que o rebanho nacional pode ser desabilitado para a exportação. Ele lembra que isso aconteceu com a Alemanha, a partir da contaminação de javalis. “Temos a percepção da gravidade disso, o que justifica toda a atenção que estamos dando ao cuidado para evitar contaminação”, disse.

Em 1978, o Brasil sofreu com a Peste Suína e somente cinco anos depois, em 1983, conseguiu retomar as exportações. “É um transtorno econômico para todo o setor. Não afeta a saúde do ser humano, mas tem alta letalidade entre os animais. Não há medicamento que possa ser utilizado para manter, nem uma vacina. A única alternativa é a eliminação, que causa problema econômico e social ao ser humano. Afinal, tem muitas pessoas que tiram dessa atividade o sustento e a sobrevivência”, sublinhou.

Fonte: Suinocultura Industrial / GAZ