suino samara

O Programa de Sanidade Suídea do Rio Grande do Sul ainda não recebeu nenhum alerta do Ministério da Agricultura sobre o surto de Peste Suína Africana (PSA) registrado na China. O caso, notificado à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) no início de agosto, já obrigou a eliminação de quase 40 mil suínos no país asiático. A medida é necessária como forma de controle da doença, já que casos foram registrados em uma área de mais de mil quilômetros.

A coordenadora do Programa, Juliane Webster Galvani, diz que acompanha diariamente a evolução dos casos pelo sistema de notificações da OIE, para ter uma ideia das ocorrências mas “geralmente, em casos de doenças transfronteiras, o Mapa emite uma nota técnica orientando os estados caso haja a necessidade de adoção de medidas adicionais”, explica.

Atenção à biosseguridade
Apesar de não haver, ainda, nenhuma orientação específica, Juliane garante que o trabalho de rotina da defesa sanitária já prevê medidas que seriam suficientes para evitar o ingresso da enfermidade no país. “Estamos sempre trabalhando para evitar que doenças exóticas entrem no Brasil. A atenção e a vigilância são contínuas, não apenas para doenças notificadas”, pontua.

Os cuidados com a biosseguridade envolvem controle de ingresso de pessoas e equipamentos nas granjas, cercamento das propriedades e controle de aquisição de insumos e medicamentos. Segundo Juliane, a biosseguridade visa a reduzir a probabilidade de casos. “Quando o produtor adota medidas para reduzir a ocorrência de doenças, também diminui as mortalidades e o uso de medicamentos, o que gera economia e mais saúde para o plantel”, conclui.

O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, afirma que o fundo vem trabalhando sobre o tema junto às indústrias integradoras e produtores no sentido de contribuir na difusão de informações e capacitação para que a adoção de medidas de biosseguridade faça parte da rotina de todos os que atuam na produção animal.

O que é a PSA?
A Peste Suína Africana é uma doença contagiosa, transmissível pelo contato de animais doentes com sadios e pelo consumo de alimentos com restos de carne suína de animais infectados. Para a disseminação da doença fora do foco, é necessária a ação de um vetor biológico específico, um tipo de carrapato que não existe no Brasil. A PSA não pode ser transmitida aos seres humanos e os prejuízos são somente nos rebanhos suínos. Os principais sintomas são febre alta, vômitos e diarreia e morte súbita, chegando a 100% de mortalidade nos animais atingidos.

O único registro da doença no país foi em 1978, nos arredores do Aeroporto do Galeão (RJ). Um produtor de suínos da região buscava resíduos de alimentos dos voos para dar aos animais, e num destes voos havia comida contaminada. “Essa prática hoje em dia já não é mais permitida, por isso esta é uma forma de ingresso da doença que já não pode mais ocorrer”, explica Juliane.

Fonte: Fundesa