A estimativa da consultora sueca Berg Insight para o mercado global de soluções para a Agricultura de Precisão (AP) é de 4,2 bilhões de euros, em 2021, um crescimento anual em torno de 13,6%. A cifra sinaliza o tamanho desse mercado que envolve, entre outras ferramentas, o uso de drones no agro. O assunto é destaque de um talk show no 12º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), nesta quinta-feira (29), em Goiânia (GO).

Os pesquisadores da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Lúcio André de Castro Jorge e Ricardo Inamasu integram o debate nesta tarde, entre 14h30 e 18 horas, no último dia de evento.

O congresso, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e da Embrapa, teve início na terça (27) com participantes de 20 países e 21 estados brasileiros.

A Embrapa Instrumentação desenvolve programas computacionais para aquisição, tratamento e análise das imagens captadas por máquinas fotográficas embarcadas nos drones. No entanto, os aparelhos por si só não identificam pragas e doenças.

“São necessários sistemas poderosos para reconhecer padrões”, diz o pesquisador que utiliza técnicas avançadas de geoprocessamento para interpretar as imagens, transformando-as em dados úteis para o produtor.

O pesquisador vai coordenar um workshop com dois painéis sobre o papel de drones na agricultura, com a proposta de mostrar o estado da arte da tecnologia na produção de algodão, na fenotipagem e os possíveis avanços nas aplicações.

No painel 1, os dois pesquisadores discutem o papel dos drones na agricultura digital, a evolução desses veículos aéreos não tripulados, conhecidos também como vants, arquiteturas, sensores e tipos de uso.

Lúcio Jorge vai destacar as novidades na detecção de pragas e doenças, as ferramentas de processamento e análise, as vantagens e desvantagens dessas ferramentas e o uso no controle químico ou biológico de pragas.

Inamasu, líder da Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa, vai abordar aspectos da tecnologia que podem fazer a diferença na agricultura, como ela se insere nessa transformação e quais os conhecimentos básicos que os produtores devem saber para adotá-la.

Além dos pesquisadores Lúcio Jorge e Ricardo Inamasu, participam do debate sobre o uso de drones na agricultura o líder do programa de pesquisa aplicada ao algodão nas planícies altas do Texas, sul dos Estados Unidos, Murilo M. Maeda. A região planta cerca de 1.7 milhões de hectares de algodão anualmente.

Outro destaque é o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Manuel Ferreira. Ele coordena o PRO-Vant- Núcleo de Pesquisas e Capacitação com Veículos Aéreos Não Tripulados da instituição.

André Torre Neto, também da Embrapa Instrumentação, aproveitou a oportunidade para fazer uma breve demonstração da estação de coleta de dados e do laboratório móvel. O pesquisador estava de passagem pelo evento, a caminho da região Nordeste do País para a realização de experimentos em Agricultura de Precisão.

Além da Embrapa Instrumentação, participaram do congresso a Embrapa Algodão (Campina Grande – PB), Meio Ambiente (Jaguariúna – SP), Territorial (Campinas – SP), Cerrados (Planaltina – DF), Milho e Sorgo (Sete Lagoas – MG), Agropecuária Oeste (Dourados – MS).

Cadeia de milhões
De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a safra 2018/2019, que ainda está sendo colhida em 1,6 milhões de hectares, aponta uma produção de 2,1 milhões de toneladas de plumas de algodão para exportação. Além disso, há 700 mil toneladas de pluma destinadas ao abastecimento do mercado interno, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).

Fonte: Embrapa Algodão