Dificultam abastecimento de grãos, oleaginosas e derivados para fechamento de navios

A greve de caminhoneiros não esmoreceu na Argentina e já começa a afetar as exportações de trigo do país vizinho – o maior fornecedor brasileiro. De acordo com os exportadores do cereal de inverno argentinos, a entrada de caminhões na região sul caiu 95% e os “mercados internacionais temem a inadimplência”.

“O setor agroexportador, embora alheio a este conflito, lamenta o impacto dos atrasos nas entregas dos grãos, dos problemas de cumprimento dos programas de exportação e da baixa classificação dos portos mundiais, bem como do abastecimento do mercado interno”, alerta a CIARA (Câmara da Indústria Azeiteira da República Argentina), que representa 40% das exportações argentinas.

De acordo com os dirigentes do setor, a “Argentina vai pagar, em um momento difícil para sua economia, com divisas não pagas, multas, trabalho não realizado e com perda de participação no mercado internacional”, acrescentam.

A Bolsa de Cereais da Bahía Blanca mostra que o número de caminhões foi reduzido em aproximadamente 95%, de 7.346 para 388 veículos, o que representou 208.740 toneladas a menos: “As atuais medidas de força [paralisação] dificultam o abastecimento fluido de grãos, oleaginosas e derivados para o carregamento e fechamento dos navios, atrasando a sua saída, com os consequentes custos que isto implica. Até à data, no Porto de Bahía Blanca, oito navios estão ancorados, enquanto outro está atracado no cais, à espera de concluir o carregamento para poder zarpar”.

Por outro lado, o governo argentino permanece inerte e sem poder de reação frente às exigências dos transportadores. Na manhã da terça-feira (02.02), cerca de 100 caminhões chegaram ao centro de Necochea, em Buenos Aires, para expressar seu desconforto. A mobilização foi realizada em frente ao prédio municipal e contou com um grande número de caminhoneiros.

Fonte: Agrolink