Os dados do IBGE relativos ao abate de frango (aqui inclusos os descartes de poedeiras e reprodutoras) apontam que no primeiro trimestre de 2020 foram processadas em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal pouco mais de 1,5 bilhão de cabeças, volume 5% superior ao do mesmo trimestre de 2019. No entanto, a carne proveniente desses abates – cerca de 3,476 milhões de toneladas – sofreu aumento inferior, de 4%, resultado indicativo de que o peso médio deste ano foi perto de 1% inferior ao do mesmo trimestre de 2019.

Ao divulgar esses resultados na última quarta-feira (10), o IBGE ressaltou o fato de ter-se atingido, no acumulado dos três primeiros meses de 2020, recorde trimestral na quantidade de cabeças abatidas. Notar, de toda forma, que esse recorde só foi atingido devido ao significativo aumento dos abates em março – cerca de 13% superiores aos do mês anterior e aos do mesmo mês de 2019. Como explicá-lo, se a produção de pintos de corte não registrou variação tão expressiva?

Na verdade esse aumento é apenas nominal, pois, normalmente, a produção está relacionada também ao número de abates (dias úteis) do mês. E março passado teve 22 dias úteis, contra 18 do mês anterior e 19 dias úteis de março de 2019. E se apenas isto for levado em conta, os abates deste ano foram menores que os de um ano atrás.

Por sinal, é oportuno observar também que 2020 é ano bissexto, tem um dia de consumo a mais. Algo que, devidamente considerado, leva à conclusão de que o aumento na produção de carne de frango do primeiro trimestre do ano foi inferior a 3%.

Fonte: AviSite