Em meio à guerra comercial com os Estados Unidos e a peste suína africana, janeiro iniciou com as importações de soja da China em queda de 13%, mostraram os dados alfandegários. Um pesado imposto incidiu sob os embarques vindos dos Estados Unidos, o segundo maior fornecedor.

A China importou 7,38 milhões de toneladas de soja em janeiro, ante 8,48 milhões de toneladas no mesmo mês do ano anterior. No entanto, com relação a dezembro de 2018, as importações cresceram 29%. O país comprou 5,72 milhões de toneladas no período.

“Os números são maiores do que o esperado, principalmente devido a cargas de dezembro atrasadas, liberadas pela alfândega em janeiro. Trata-se principalmente de grãos brasileiros”, disse Monica Tu, analista da Shanghai JC Intelligence Co.

A China, maior compradora mundial de soja, normalmente importa a soja dos Estados Unidos entre outubro a janeiro, após a entrada da safra norte-americana ao mercado.

No entanto, as compras de soja do país despencaram desde 2018, com os compradores evitando importações em meio a tarifas e uma guerra comercial entre Pequim e Washington.

Em 1º de dezembro os dois países concordaram com uma trégua comercial, e as empresas chinesas voltaram a comprar cerca de 10 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos para entrega nos primeiros meses de 2019, embora a tarifa de 25% sob os embarques norte-americanos continue.

As importações da oleaginosa devem de soja devem aumentar nos próximos meses, à medida que a nova safra do Brasil entrar no mercado e mais embarques dos Estados Unidos sejam liberados na alfândega, disseram analistas.

Os estoques semanais nacionais de soja da China (CFD-SBSTK-NATN) estavam em 6,19 milhões de toneladas em 29 de janeiro, abaixo do recorde de outubro, mas ainda acima dos níveis de janeiro nos anos anteriores.

Ainda assim, a demanda pela oleaginosa geralmente enfraquece após o feriado do Ano Novo Chinês, comemorado nos primeiros dias de fevereiro, enquanto outro surto de peste suína africana também pode reduzir o consumo.

A China registrou cerca de 100 casos da doença altamente contagiosa desde agosto. Alguns produtores abandonaram a criação de suínos com receios de que a doença se espalhe e que a proibição pelo governo do transporte de suínos tenha reduzido os preços.

Fonte: The Pig Site

Editado pelo Suino.com