Impedir a entrada de pragas que podem pôr em risco a agropecuária brasileira é uma das atribuições de auditores fiscais federais agropecuários que atuam nos postos de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro). Desde o fim de março, a equipe de profissionais que atua na triagem dos Correios, em Pinhais, ganhou um reforço, Thor, um cão labrador de dois anos. Ele é o novo parceiro dos auditores e já tem se mostrado muito eficiente.

Thor está trabalhando no posto desde março de 2017, mas só começou a participar de operações de fiscalização no mês passado. “Nesse período, já foram realizadas dez operações, das quais três resultaram em apreensões. Entre elas, a da última semana”, conta o auditor fiscal federal Romero Teixeira, responsável pelo treinamento dos cães que atuam em fiscalização agropecuária em todo o Brasil. Em Curitiba, Thor é conduzido por um agente de atividade agropecuária e por um técnico de laboratório, sob a supervisão de Teixeira.

A iniciativa faz parte de um projeto nacional, e Thor é o segundo cão em ação no Brasil. O outro, Leo, atua em Brasília, e já é um veterano. “Leo é nosso garoto-propaganda. Hoje, ele atua mais em treinamento e divulgação do projeto, mas também na fiscalização dos voos internacionais que chegam a Brasília”, explica Teixeira.

Novos cães

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já realizou licitação para aquisição de dez novos cães para integrar o projeto, e até o fim do ano o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, deve contar com um cão na fiscalização de voos internacionais. “O treinamento desses cães é muito difícil. Não havia metodologia para detecção de produtos de origem agropecuária, o que precisamos desenvolver para, então, treinar os cães. O resultado tem sido muito positivo”, afirma Teixeira.

Além do complexo treinamento, há toda uma preparação na cidade em que o cão vai trabalhar. “Precisamos que haja uma licitação para veterinário, alimento e toda a manutenção, além de um canil, para abrigar o animal”, explica. Há ainda o treinamento dos dois condutores dos cachorros. “Temos sempre duas pessoas em cada lugar porque há férias, feriados e eles não trabalham sozinhos”.

Os animais fazem o trabalho depois que encomendas postais já passaram pelo raio x, ou seja, de fato, seriam colocados na rua, podendo pôr em risco a produção agropecuária e a saúde dos brasileiros. Na última semana, em Curitiba, Thor ajudou na apreensão de sementes e mudas vindas da China. Para os animais que atuam em aeroportos, a fiscalização é feita antes de os donos terem acesso às bagagens ou na fila da imigração.

Fonte e foto: Anffa Sindical