“Precisamos preparar novas lideranças, que possam dar continuidade ao projeto de desenvolvimento econômico e social da Cooperativa Languiru. É motivo de orgulho poder participar desse processo de crescimento, que precisa ter uma continuidade.” As palavras são do presidente da Languiru, Dirceu Bayer, referindo-se ao projeto de Governança Corporativa em Cooperativas, que está sendo desenvolvido pela Cooperativa Languiru desde junho de 2017.

Trata-se da implementação de ferramentas, acompanhadas de devidas estruturações legais que permitem à Languiru aperfeiçoar o processo de profissionalização e modernização de sua gestão. Um grupo multidisciplinar, envolvendo funcionários e consultor, designados pelo Conselho de Administração, trabalha a gestão da cooperativa considerando as diversas legislações vigentes que influenciam em adequações do processo. A equipe tem se reunido semanalmente para discutir os avanços do trabalho a partir de um cronograma de atividades pré-estabelecido. Com o andamento das atividades, gradativamente outros setores da Languiru também serão envolvidos.

Conforme o advogado e consultor da Languiru, Lucas Martins Dias, sócio do escritório LMDias Advocacia Empresarial, especializado em Direito Societário, o principal objetivo do projeto de Governança é “propiciar à Languiru uma melhoria contínua no seu processo de gestão e profissionalização das atividades de acordo com as legislações atuais, que impactam na gestão de qualquer sociedade. A partir disso, a cooperativa estará dando um passo pioneiro no conceito de adoção de ferramentas de governança corporativa no segmento cooperativo, qualificando ainda mais a sua reputação perante o mercado em geral”.

Sucessão na Languiru e na propriedade dos associados
Conforme Bayer, é essencial preparar as futuras lideranças, tanto na sucessão familiar das propriedades dos associados como na gestão administrativa da cooperativa. “Todo esse processo culmina com a reforma do estatuto, implantação do Manual de Transparência, Ética e Conduta, políticas de gestão, regimentos internos, que auxiliarão na adaptação de uma nova realidade. Nos espelhamos em experiências bem-sucedidas”, ressalta, mencionando a reformulação do organograma interno da Languiru. “Considerando outros modelos indicados pelo Sistema Ocergs-Sescoop/RS, presidente e vice-presidente são posições muito importantes, porém mais comprometidas com questões institucionais e de representatividade da cooperativa. Nesse formato, a cooperativa designa profissionais especializados nas suas respectivas funções que se dedicam a questões relacionadas à parte econômica, operacional e executiva. Na Languiru, por exemplo, esse processo já está vigorando e contamos com diretor administrativo e profissionais dedicados à indústria e à controladoria”, exemplifica.

Nesse mesmo contexto, ele cita a retomada, em breve, da Formação Gerencial de Sucessores da Agricultura Familiar, destinada a jovens associados e filhos de associados, iniciada em novembro de 2013 e com a primeira turma formada em dezembro de 2015; além do início do Programa de Desenvolvimento de Conselheiros de Cooperativas, no último mês de abril, formação que busca a capacitação e preparação de lideranças, esclarecendo atribuições e responsabilidades do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, dos Líderes de Núcleo e demais integrantes do quadro social da Languiru. “Buscamos seguir melhorando o processo de gestão na cooperativa, atentando para alguns aspectos importantes, como a transparência e o fortalecimento dos princípios do cooperativismo”, destaca Bayer.

“A Cooperativa Languiru cresceu muito nos últimos anos. Somos a maior empresa, cooperativa ou não, com sede no Vale do Taquari, estamos entre as maiores cooperativas de produção do Estado e entre as maiores empresas da região Sul do Brasil. Crescemos muito economicamente, o que sempre foi a nossa preocupação, mas percebemos a necessidade de aprimorarmos nossa gestão, levando em conta todo esse crescimento dos últimos anos. Esse projeto de Governança vem ao encontro dessa necessidade, com o intuito de aperfeiçoarmos o que já possuímos. É uma transformação importante na Languiru”, afirma o presidente.

Qualificação
Dias ressalta que as ferramentas de governança que passam a ser adotadas pela Languiru qualificam ainda mais o processo de gestão da cooperativa como um todo, tornando o ambiente de produção mais profissionalizado. O projeto será desenvolvido por etapas, com a perspectiva de que as primeiras sejam implementadas a partir de junho de 2018.

“A primeira mudança a ser diagnosticada é a implementação do Manual de Transparência, Ética e Conduta (Mtec), que abrange todas as pessoas que se relacionam com a Languiru, como associados, conselheiros, colaboradores, fornecedores, prestadores de serviços, clientes, parceiros e a sociedade em geral”, ressalta o consultor.

A governança é uma realidade no Brasil, porém pouco utilizada no segmento de cooperativas. “As Sociedades Anônimas (S/A), de capital aberto, possuem ferramentas de governança mais consolidadas. Para a construção do projeto da Languiru, analisamos inúmeros cases bem-sucedidos, que incluem sociedades cooperativas, mas a principal base para implementação desse projeto é a própria operação da Languiru”, explica Dias.

Nova filosofia
Como um dos resultados já obtidos pelo projeto de Governança, a Languiru atualizou a sua filosofia, conforme abaixo:

NEGÓCIO

Produzir alimentos e realizar serviços com qualidade.

VISÃO

Ser referência na produção de alimentos e realização de serviços aliados aos princípios do cooperativismo.

MISSÃO

Agregar valor aos produtos oriundos de propriedades rurais de seus associados, estimulando o empreendedorismo, a inovação, a melhoria contínua e o respeito à tradição da Cooperativa, oferecendo alimentos e serviços de qualidade à sociedade.

ÉTICA

Praticar o bem sem prejudicar o próximo, cumprindo as atividades e responsabilidades respeitando valores de cooperação, honestidade, lealdade, transparência e sustentabilidade.

VALORES E PRINCÍPIOS

Cooperação – Estimular o trabalho em equipe e a cooperação entre todas as partes interessadas.

Honestidade – Garantir a seriedade, o comprometimento e a responsabilidade nas ações.

Lealdade – Respeitar os princípios e regras que norteiam a honra e probidade, assim como ser fiel aos compromissos assumidos pela Cooperativa.

Transparência – Permitir, no âmbito dos limites legais, acessibilidade às informações institucionais, assim como estimular a franqueza em todas as relações da Cooperativa.

Sustentabilidade – Manter os negócios através do equilíbrio econômico, social e ambiental.

 

Foto: Leandro Augusto Hamester
Fonte: Cooperativa Languiru