Santa Catarina está colhendo os frutos de décadas de investimentos em genética, em sanidade e em aperfeiçoamento do parque agroindustrial de processamento de carnes. Isso é o que está por traz da liderança brasileira das exportações de carnes de aves e suínos que, neste ano, cresceram exponencialmente. A avaliação é do diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados (Sindicarne) Ricardo de Gouvêa.
De janeiro a agosto, as divisas com as exportações de carne suína e de frango já ultrapassam US$ 1,6 bilhão, com mais de 843,6 mil toneladas vendidas para outros países. As expectativas são de que o setor continue em crescimento após anúncio de que a China deve aumentar as compras de carnes do Brasil.
Foram embarcadas, neste ano, mais de 652,5 mil toneladas de carne de frango, gerando uma receita de US$ 1,2 bilhão, ou seja, 8,6% acima do mesmo período do ano anterior. Em carne suína, os oito meses de 2017, renderam 191 mil toneladas em vendas externas, com receitas de US$ 451,5 milhões. Em relação ao mesmo período de 2016, o incremento foi de 33,8% na receita e de 6,7% na quantidade.
Gouvêa destaca que a conquista do status de área livre de aftosa sem vacinação, há dez anos, foi fundamental para ampliar a presença no mercado mundial. Assinala que o sistema de produção integrada – uma parceria que há quase 70 anos une criadores e agroindústrias em território brasileiro – é outro vitorioso fator que explica o sucesso da cadeia produtiva da avicultura e da suinocultura agroindustrial.
“Esse sistema fortaleceu a economia dos municípios, fixou a família rural no campo, amenizou o êxodo rural, levou bem-estar às famílias rurais e transferiu tecnologia aos criadores”, exemplificou o diretor.
A base produtiva, atualmente, formada por 18 mil produtores integrados no campo e 60 mil empregos diretos nas indústrias, faz de Santa Catarina o maior produtor nacional de carne suína e o segundo maior de carne de frango. No mercado internacional, está presente em mais de 120 países.

LOGÍSTICA
Ricardo de Gouvêa observa que as conquistas da agroindústria catarinense ocorreram apesar das graves deficiências logísticas, que reduzem a competitividade internacional das empresas brasileiras. Lembra que a base produtiva das empresas processadoras está distante dos locais de consumo, seja do mercado interno, quanto do externo. O deslocamento do produto processado requer condições de logística adequadas com o propósito de redução dos custos e do tempo dos transportes. Por isso, são essenciais investimentos na área de logística através da construção e reforma de novos modais logísticos – portos, estradas e ferrovias.
“Os investimentos em logística são fundamentais para a redução dos custos e o aumento dos ganhos das cadeias produtivas em geral”, encerra.

MB Comunicação Empresarial/Organizacional