Após ter encerrado abril com preços recordes, maio chega ao final com preços mais baixos no mercado brasileiro de milho. Pode-se descrever como uma acomodação das cotações, mas ainda em patamares elevados. O fato é que a oferta melhorou e os preços cederam, em que pese a continuação das preocupações com a safrinha, com o clima seco prejudicando as lavouras.

Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o descolamento forte dos preços do mercado interno em relação aos níveis de porto às vésperas do início da colheita da safrinha 2021 estabelece uma relação interna de comercialização bem diferente em relação ao normal. “Tradings desejando vender milho no mercado interno ao invés de destinar mais volumes a exportação. Este movimento vai abastecendo parte do mercado brasileiro consumidor para junho e início de julho, em alguns casos até agosto”, comenta. Essa melhora na oferta trouxe pressão às cotações.

Entretanto, aponta Molinari, o momento poderá ser apenas pontual e de readequação dos preços internos, os quais estavam bastante altos. “A quebra da safrinha é mais do que óbvia e é expressiva. A exportação é o ponto que poderá derivar uma oferta menor para o mercado interno no segundo semestre ou algum estoque de passagem maior. No momento, o mercado parece tentar alinhar os preços internos com porto reduzindo o ágio registrado no semestre”, avalia.

Basicamente, “o mercado exportador observou que é melhor vender mercado interno do que exportação. Acreditamos que entre 800 mil e um milhão de toneladas foram negociadas em Maio entre tradings e indústrias internas. Em proporção ao que é exportado anualmente o volume parece baixo. Porém, retirou do mercado alguns grandes compradores para os volumes de junho e julho”, comenta. Em paralelo, algumas cooperativas e revendas começaram a ter mais fixações de balcão e intenção de venda de produtores. “Os preços acabaram cedendo tão rapidamente quanto subiram por um pré-pânico de vendas”, indica.

No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Campinas/CIF caiu na base de venda em maio (até dia 27) de R$ 105,00 a saca para R$ 100,00, baixa de 4,8%. Na região Mogiana paulista, o cereal recuou no comparativo de R$ 103,00 para R$ 102,00 a saca, baixa de 1,0%.

Em Cascavel, no Paraná, no comparativo mensal de maio, o preço baixou de R$ 105,00 para R$ 96,00 a saca, declínio de 8,6%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação passou de R$ 90,00 para R$ 84,00 a saca no balanço do mês, uma baixa de 6,7%. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, houve baixa de 3,9%, com o preço passando de R$ 102,00 para R$ 98,00.

Em Uberlândia, Minas Gerais, as cotações do milho caíram no mês de R$ 97,00 para R$ 95,00 a saca na base de venda, recuo de 2,1%. Em Rio Verde, Goiás, o mercado baixou de R$ 95,00 para R$ 93,00 a saca, queda de 2,1%.

Fonte: Safras