Sempre me disseram que se deixar o monstro se criar ninguém segura. Preocupa o que vem acontecendo em São Paulo onde projetos de lei como o que queria criar a segunda sem carne, mas foi vetado. É uma movimentação antiga, tem até um site – segundasemcarne.com.br -, de acordo com ele,  a campanha surgiu em 2003 nos Estados Unidos e hoje já está presente em mais de 40 países, mas é no Brasil que ela tem gerado mais impacto recentemente.

Por aqui, a iniciativa foi lançada em 2009. A Sociedade Vegetariana Brasileira vem trabalhando para propor a substituição da proteína animal pela vegetal. Vamos lá, não sou contra vegetariano, muito pelo contrário, mas parece que nos bastidores tem muitos vegetarianos que são contra quem consome carne. Não entendo porque as pessoas não podem ser livres para escolher o que querem comer.

Cada um defende o que acredita, mas não pode transformar em lei tirando a alternativa da carne das pessoas que não querem viver de vegetal. A segunda sem carne não passou, mas as salsichas e os salames na merenda escolar da rede municipal de ensino em São Paulo estão proibidos. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) fez nota de repúdio e lembrou que não há qualquer estudo que ateste que o ato de consumir embutidos causa mal à saúde – apenas o excesso, assim como qualquer outro alimento.

Neste caminho vemos a importância de acompanhar de perto todas os projetos que tramitam seja pelo Congresso, pelas Assembleias ou pelas Câmaras de Vereadores. A diversidade deve ser respeitada e não imposta, aceitar a preferência gastronômica de cada um vem da educação e não com imposição. É um caminho perigoso que pode gerar prejuízos na calada da noite.

Imagina o trabalho que é para consquistar mercado, consumidor, trabalhar a imagem de cada produto, e uma lei trava o processo. Pode comprometer trabalhos importantes como, no caso da carne suína, que vem nas últimas décadas derrubando mitos e marcando presença na merenda escolar em diversas escolas pelo Brasil.

Argumento usado pelos deputados paulistas foi que cidades na Europa adotaram um dia sem carne e que Paul McCartney apoiava. Falta personalidade para debater com a sociedade brasileira dentro da nossa realidade e não copiar modismos e atropelar o direito de escolha das pessoas.

Marcelo Lara – Colunista do suino.com

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