O prestígio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FDA) que trabalha para impulsionar o setor produtivo do país mostra força na posse da nova presidente, a deputada Tereza Cristina (DEM/MS), que deixa o cargo de vice-presidente, que ocupou em 2017, e assume o lugar do deputado Nilson Leitão, que passa a ser o líder do PSDB na Câmara dos Deputados. Tereza Cristina vem ganhando destaque no Congresso e na defesa do setor. Ela é engenheira agrônoma. No Mato Grosso do Sul, ocupou as secretarias do Planejamento, Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo. Está no centro do debate do Funrural, um dos primeiros desafios já para os próximos dias. Existe um acerto para prorrogar por 60 dias o prazo de adesão para renegociar as dívidas, mas o congresso precisa aprovar a MP 803.

“Ano curto e as  prioridades precisam ser ajustadas, já sabemos as prioridades do setor que envolvem o meio ambiente, terra para estrangeiro, renda do agricultura, endividamento. Mas precisamos pensar a cadeia como um todo e planejar a agropecuária brasileira a longo prazo. Não é brincadeira, estamos prontos para legislar para quem quer empreender no Brasil. Quanto ao Funrural, precisamos acertar o passado, as multas são pesadas, o futuro ficou de bom tamanho”, afirmou a deputada.

Na entrevista, a presidente da FPA destacou também a importância das mulheres em um ano com tantos desafios e pontuou sobre alguns setores que passam por dificuldades e precisam de ação imediata com força-tarefa para o leite, arroz e para a cebola.

A posse foi prestigiada, mostrando a força da FPA neste momento difícil da política e da economia brasileira. Esteve presente o o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que elogiou a competência da nova presidente.

“Quero destacar aqui a importância do setor do agronegócio, da agropecuária no Brasil. É importante essa aproximação entre a sociedade, os produtores e o legislativo. Isso beneficia toda a economia”, afirmou.

O governador reconheceu a geração de emprego e renda do setor e os números da produtividade com eficiência e ganho de mercado internacional. Entre outras autoridades, destaque para o polêmico ministro Gilmar Mendes, ministro-chefe da Casa Cilvil, Eliseu Padilha, e o9 pré-candidato a presidente pelo PSB, Aldo Rebelo, que atuou como ministro dos governos petistas mas foi peça fundamental no debate do código florestal quando se aproximou mais da Frente Parlamentar da Agropecuária.

Plano Safra

O Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, falou sobre o próximo plano safra em ano de eleição e com economia fragilizada. Ele destacou que o montante de recursos pode ser um pouco acima do que foi na safra passada e que, fora o acerto normal com Banco Central e Fazenda, a definição de como vão ser distribuídos os recursos será através de audiências públicas com as lideranças do setor.  É hora de eleger prioridades porque o cobertor é curto.

O secretário de Política Agrícola, Neri Geller, está comandando as discussões que começaram internamente com a indústria de defensivos e com a indústria de equipamentos agrícolas. Semana que vem a agenda vai ganhar intensidade com debates no Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. A ideia é ouvir o setor e apostar nas mudanças que precisam acontecer e onde os recursos são mais necessários, como é o caso de investimento em armazenagem. O maior desafio vai ser mesmo rediscutir a taxa de juros.

“Esperamos consolidar o Plano Safra até o final do mês de março. Dia 23 de março, teremos um grande debate em Lucas do Rio Verde (MT), já com as últimas demandas debatidas para que o setor tenha previsibilidade sobre o que vai acontecer no plano safra”, disse.

Marcelo Lara – colunista do suino.com
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Guilherme Martimon/Divulgação