É hora dos famosos balanços, números que este ano foram moldados por cenários incertos, política e economia que colocaram uma pedra no meio do caminho do agronegócio. O ambiente hostil fora da porteira com soluções improvisadas e com a alta dos insumos forçaram uma queda no crescimento que ficou abaixo do que se esperava, a renda gerada no setor, o PIB encerra em queda de 1,6% , de acordo com a equipe técnica da CNA.

Mas o mesmo levantamento já mostra uma estrada melhor pavimentada para um 2019 com projeção de PIB positivo. O presidente da CNA, João Martins, voltou a falar na importância de estimular o crescimento da classe média rural e colocou como desafio para os técnicos melhorarem a eficiência de 90 mil propriedades nos próximos dois anos. No campo das exportações, o trabalho vai avançar forte na melhoria da marca brasileira e com base em dados técnicos.

Das exportações mundiais de agro, o Brasil responde por 7,2%. A meta é passar de 10%. Para Ligia Dutra, superintendente de Relações Internacionais da CNA o alinhamento com os Estados Unidos é para ser pragmático, tem que pensar nas exportações como no caso de pescados e frutas, acertar as certificações. Fortalecer as relações com países asiáticos onde está uma demanda crescente por alimentos. Tudo isso vem recheado de otimismo com a mudança do governo.

O Ministério da Agricultura, tendo a deputada Tereza Cristina no comando, vai passar por uma grande transformação, incorporação de secretarias. O deputado Marcos Montes vai ficar na secretaria executiva, outros bons nomes vão compondo o elenco. O deputado Valdir Colatto, que perdeu as eleições em Santa Catarina, deve ter espaço no time. O Ministério do Meio Ambiente foi oficializado nas mãos do advogado Ricardo Salles que é ex-secretário estadual do Meio Ambiente no Governo de Geraldo Alckmin. Com isso, o pesquisador Evaristo de Miranda, que era o grande nome para pasta, já foi anunciado publicamente pela ministra para ajudar no Ministério da Agricultura – ainda não está definido onde.

Estas articulações vêm num momento que se espera uma forte melhoria no ambiente de negócios. Vamos ter muita calma até as primeiras engrenagens se ajeitarem.

O banco de dados no Mapa deve ganhar força e investimento em TI – é mais do que necessário para desburocratizar e modernizar as ações no Ministério.

Nesta transição, a futura ministra já disse que, se precisar, vai pedir conselhos para Blairo Maggi, que está de saída, mas deixa um bom legado garantindo uma transição tranquila. A comunicação para a sociedade vai ser um grande desafio já colocado como meta para melhorar a imagem do produtor rural no cotidiano e facilitar a adoção de políticas públicas para o setor.

Navegamos por uma transição de grandes expectativas.

O primeiro dia do ano de 2019 está parecendo uma linha de largada e esperamos que todos estejam mesmo empenhados e alinhados para virar a chave da economia, da geração de emprego, renda… são teclas mais do que batidas. Estamos cansados de esperar. Quem sabe agora vai.

Jornalista e colunista do suino.com