Mesmo com o dólar iniciando uma queda e uma pequena alta sendo registrada na bolsa de Chicago, o mercado da soja andou em algumas regiões, mas ficou estagnado na maior parte do País. De acordo com o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, os vendedores estão assustados com essa situação.

“‘Mercado está parado’, nos escreveu um corretor do Centro-Oeste. Isto se repetiu, com quase nenhuma variação, em todo o Brasil. Os vendedores estão assustados, com os tradicionais fatores que compõe o preço da soja andando em direções diferentes, por isso, preferem deixa a coisa assentar”, comenta.

Além disso, Pacheco ressalta que um dos motivos para a situação estar nesse patamar são as recentes altas da moeda norte-americana, sendo assim, as Tradings não estão conseguindo lidar com os novos valores. Segundo ele, outro fator determinante é o tabelamento do prçeo mínimo para o transporte rodoviário de cargas.

“Por outro lado, as Tradings que eventualmente não tenham coberto a sua posição, estão tendo dificuldade com os novos valores da moeda norte americana no Brasil, que se elevou muito nas últimas duas semanas. Além disso, o tabelamento do frete, ainda não resolvido e com a solução mais uma vez prorrogada para outubro também não ajuda em nada”, opina.

Sobre o tabelamento, Pacheco salienta que os agricultores não estão conseguindo aumentar a área plantada para aproveitar a crescente demanda da China pela oleaginosa. Isso porque a entrega dos insumos, principalmente de fertilizantes, está atrasada.

“Do lado da produção, os sojicultores brasileiros estão querendo aumentar a área plantada, para aproveitar a boa demanda da China e os preços ainda altos, com boa lucratividade, mas esbarram na entrega de fertilizantes que chega em volume menor e preços mais caros”, finaliza.

 

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottrms