“A demanda por milho no mercado à vista está sendo bastante fraca nesta semana em importantes praças do Brasil. Já a movimentação antecipada do milho da safra 2018/19 vem atraindo mais participantes, estimulada pela valorização do dólar ante o real”. A análise é de Luiz Fernado Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.

No norte do Paraná, segundo ele, corretores nem chegaram a receber propostas de compra e em parte de Mato Grosso apenas pequenos consumidores buscavam volumes – os grandes dão sinais de estarem abastecidos. “Ontem, saíram bons volumes em Mato Grosso para comprador que oferecia acima dos demais do mercado; no Paraná, observou-se interesse de negociação tanto de tradings como de produtores”, conta Pacheco.

De acordo com o corretor Valdinei Chaves, da Focus Corretora, mais negócios foram fechados por outras agências da região. “Só tinha uma empresa de exportação comprando, o câmbio ajudou um pouco (para que o acordo saísse). Não sabemos também se o comprador assumiu algum risco no frete, já que a negociação foi toda CIF”, avaliou.

Para o agente, o fato de o plantio da soja evoluir bem no Estado e haver clima favorável ao desenvolvimento das lavouras permite aos vendedores ter melhor noção do quanto de milho será cultivado no ano que vem, o que estimula as vendas antecipadas do cereal. No spot, apenas pequenos compradores e vendedores têm demonstrado interesse em negociar. As grandes empresas consumidoras estão distantes do mercado há meses, de acordo com Chaves.

“Eles dizem que estão abastecidos até fevereiro ou março, quando deve ser colhido o milho novo (da safra 2018/19). Alguns já fizeram acordo há 30 dias atrás para exportação, só estão aguardando para carregar. [Os preços] vem caindo, toda semana a indicação recua mais ou menos R$ 1/saca”, conclui Chaves.

 

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems