A terça-feira (20) terminou com altas de quase 3% para os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos encerraram o dia subindo entre 13 e 15,75 pontos, levando o setembro a US$ 5,71 e o dezembro, referência para a safra americana, a US$ 5,66 por bushel. O clima adverso nos EUA segue como principal combustível para o avanço das cotações.

Os mapas para os próximos dias continuam sinalizando temperaturas acima e chuvas abaixo da média na maior parte do cinturão produtor. As previsões atualizadas do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostram o esperado para o intervalo de 26 a 30 de julho.

E para o intervalo de 28 de julho a 3 de agosto as condições esperadas não são diferentes: tempo quente e seco para concluir o mês que é decisivo para as lavouras norte-americanas do cereal. O novo boletim semanal de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que foi divulgado na segunda-feira (19) manteve em 65% o índice de campos em boas ou excelentes condições, sem trazer 1% de melhora que estava previsto nas expectativas do mercado.

“Eu espero ver o USDA reduzir o índice de ambos, soja e milho, em boas ou excelentes condições nas próximas semanas”, disse o consultor Al Kluis, da Kluis Advisors, ao portal SuccessfulFarming.

Além do clima, Kluis ainda afirma que depois das baixas agressivas registradas no pregão anterior, com extrema pressão do mau humor do financeiro frente ao temor sobre um menor ritmo da retomada econômica global, “os traders e fundos investidores se voltam novamente ao complexo das commodities, e no caso dos grãos, ao clima nos EUA e à ameaça que ele exerce sobre o potencial produtivo americano”.

Mercado brasileiro

No mercado físico, os preços do milho também tiveram mais um dia de boas altas. Os ganhos chegaram a 2,15%, como foi o caso de Cascavel e Castro, ambas as praças no Paraná, onde a saca fechou a terça-feira com R$ 95,00.

E assim como no mercado em Chicago, as adversidades climáticas também foram impulso para os preços no mercado brasileiro de milho.

A madruga desta terça foi de mais geadas em importantes regiões de produção no Brasil e afetou não só lavouras de milho, mais uma vez, como também o trigo, café, cana-de-açúcar e hortaliças. Os prejuízos porém, ainda estão sendo contabilizados.

Ainda assim, o mercado sabe que a segunda safra brasileira pode ser ainda menor do que está sendo atualmente estimado, o que continuam mantendo firmes as cotações do cereal nos mercado futuro e disponível, além de uma colheita que ainda caminha e se desenvolve de forma bastante lenta, mantendo a oferta ainda mais limitada.

O que segue como certo limitador para os preços do milho brasileiro são os preços do milho importado que, neste momento, está bastante demandado pelos compradores brasileiros.

As perdas que continuam a ser contabilizadas na segunda safra de milho do Brasil e as luzes amarelas acesas sobre a temporada 2021/22 dos Estados Unidos em função das adversidades climáticas permanecem no radar dos players do mercado global frente à oferta já escassa do grão e do déficit que deverá marcar a conclusão da temporada 2020/21, como explicam analistas e consultores de mercado.

Na análise da Pátria Agronegócios, o déficit de oferta sobre o uso total da safra 2021 já está em 23,6 milhões de toneladas em todo o globo, intensificado por estes prejuízos que seguem aparecendo na produção brasileira desde a safra de verão. Nesta segunda safra, há perdas que variam de 15% a 75%, de acordo com informações apuradas pela consultoria, com 32,71% da área colhida para a safrinha.

Fonte: Notícias Agrícolas