O mercado de milho continua operando em campo positivo nesta quarta-feira (24), tanto na Bolsa de Chicago, quanto na B3. Por volta de 9h (horário de Brasília), as cotações do cereal no mercado futuro brasileiro subiam entre 0,01% e 0,41%, levando o março a R$ 88,31 e o julho a R$ 82,70 por saca.

Os preços do grão permanecem altos e refletindo as condições apertadas de oferta e demanda no Brasil e no mundo. O ritmo dos negócios, todavia, segue lento, com a colheita da safra de verão em andamento, mas registrando atrasos – como acontece na soja – e os vendedores mais reticentes neste momento.

“O mercado segue com os compradores recebendo o milho a fixar ou para quitar contratos, mas ainda em ritmo lento, porque a safra de verão está atrasada. Os vendedores continuam segurando as ofertas e assim continuam mantendo a calmaria dos fechamentos (de novos negócios)”, explica Vlamir Brandaizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

Mais do que isso, o especialista afirma também que “os grandes consumidores, vendo que a safra vai chegar efetivamente em março e tem grandes volumes de contratos para receber, estão adiando compras novas ou querendo milho para entrega em abril, apontando que os armazéns devem estar cheios com o produto já negociado para março”.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, as cotações do milho subiam entre 2,25 e 3 pontos nos principais contratos, por volta de 9h20 (horário de Brasília), levando o março a US$ 5,56 e o julho a US$ 5,45 por bushel. O mercado acompanha novas altas da soja – que passam de 1% nesta quarta-feira – e do trigo.

Analistas e consultores internacionais explicam que o suporte aos preços dos grãos na CBOT vai além de seus próprios fundamentos e que passam também por ganhos de outras commodities. “Se os preços do petróleo continuarem subindo é favorável para o complexo de grãos”, diz à Reuters Internacional o agroeconomista Phin Ziebell.

O frio intenso nos Estados Unidos também é uma preocupação para o mercado futuro norte-americano. O plantio do cereal já começa no próximo mês em algumas regiões do país e precisa de condições climáticas melhores para que os trabalhos de campo sejam, de fato, efetivados.

“Em outros anos já estaria esquentando e os produtores preparando o solo. Mas, no momento tudo congelado”, diz Vlamir Brandalizze.

Paralelamente, atenção à conclusão da safra argentina – que volta a sofrer com problemas de clima – e a demanda forte da China. Na volta do feriado do Ano Novo Lunar, o país asiático voltou faminto por grãos e as condições também servem de combustível aos preços.

Fonte: Notícias Agrícolas