Ao mesmo tempo em que torce para que os preços recebidos não sofram novas baixas, o produtor do frango reza para que o retrocesso de preço de sua matéria-prima básica continue retrocedendo. Porque, neste instante, a relação de preço entre frango e milho é uma das piores de todos os tempos. Para o frango, naturalmente.

Mais exatamente, neste início de fevereiro compra-se, com uma tonelada de frango vivo, praticamente a metade do que se adquiria quase dois anos atrás, em maio de 2019.

Essa é a segunda pior relação registrada desde 2016, ano em que os preços do grão também explodiram ocasionando grandes dificuldades no setor e causando, inclusive, o encerramento de diversas empresas produtoras. Em maio daquele ano, uma tonelada de frango vivo adquiriu não mais que 46,4 sacas de milho.

Mas então, o quadro de abastecimento registrado era bem diferente do atual: houve quebra de safra, faltou produto no mercado interno. Assim, a alta de preços se justificou.

Não é o que ocorre agora, pois milho há à vontade. Basta dispor de condições para pagar os preços ditados pelo mercado internacional.

O desafio enfrentado, porém, não se restringe ao milho. Pois enquanto o grão registra neste instante um preço médio 56% superior ao de maio de 2016, a outra matéria-prima básica da avicultura, o farelo de soja, apresenta variação de 125% e atinge o maior valor de todos os tempos. Isto, também, com uma super safra.

Fonte: AviSite