Chicago também sobe após números de exportação maiores do que o esperado

A segunda-feira (28) chega ao final com os preços do milho contabilizando ganhos no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.

Já as valorizações apareceram em Amambaí/MS (1,56% e preço de R$ 65,00), Campo Novo do Parecis/MT (1,61% e preço de R$ 61,00), Tangará da Serra/MT (1,61% e preço de R$ 63,00), Cascavel/PR (3,03% e preço de R$ 68,00), São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS e Campo Grande/MS (3,23% e preço de R$ 64,00) e Londrina/PR (4,62% e preço de R$ 68,00).

Para a SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve um ano de 2020 de fortes valorizações nos preços, que atingiram patamares recordes em reais. Na visão da consultoria, as cotações subiram especialmente diante de uma intensa demanda interna e externa, do dólar valorizado, de uma oferta controlada pelos vendedores e de preocupações produtivas.

A expectativa para o ano era de altas no primeiro semestre e preços mais acomodados no segundo. “Isto em função novamente de uma safra de verão pequena e uma safrinha recorde. Então, chegou a pandemia e os mercados mudaram completamente de ambiente”, explica o consultor Paulo Molinari.

“Diante da volatilidade cambial interna, com produtores inseguros quanto aos acontecimentos em meio à pandemia, demanda firme, câmbio desvalorizado e retenção por parte dos produtores, os preços do milho atingiram recordes em reais em 2020”, afirma Molinari.

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que o mercado brasileiro de milho em 2020 foi marcado por produção e preços recordes.

“Nos dois primeiros meses de 2020, os menores estoques de milho aliados à produção enxuta da primeira safra resultaram em movimento de alta nos preços do cereal. Já entre março e junho, as perspectivas de produção recorde na segunda safra e o avanço da pandemia de covid-19 no Brasil pressionaram as cotações domésticas”, aponta a publicação.

Os analistas do Cepea destacam ainda que, “com as medidas de controle da pandemia, agentes temiam redução na demanda de exportadores e consumidores nacionais, o que, de fato, ocorreu em abril, mas logo foi compensado pelo bom ritmo das exportações e pela retomada das compras no mercado interno nos meses seguintes”.

Para a segunda safra, o clima favoreceu o desenvolvimento das lavouras, e, no agregado, a produção brasileira foi recorde. “Mesmo diante dessa produção recorde no segundo semestre, a forte alta do dólar, os avanços nos valores internacionais e a demanda externa aquecida sustentaram a paridade de exportação e, consequentemente, os preços no mercado interno a partir de julho, que, por sua vez, alcançaram patamares recordes em outubro. Já em dezembro, o enfraquecimento do dólar pressionou os valores na região dos portos e, consequentemente, no interior do País”.

B3

Os preços futuros do milho tiveram um dia de ganhos na Bolsa Brasileira (B3) neste começo de semana. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,93% e 2,50%.

O vencimento janeiro/21 foi cotado à R$ 81,91 com valorização de 2,50%, o março/21 valeu R$ 81,66 com alta de 2,33%, o maio/21 foi negociado por R$ 76,75 com elevação de 1,93% e o julho/21 teve valor de R$ 69,72 com ganho de 2,38%.

De acordo com o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a forte demanda pelo milho dos Estados Unidos, principalmente agora disputado pela China e pelo México, dá fôlego aos indicativos dos portos brasileiros. Apesar disso, não há pressão de vendas, já que indústrias de ração, setor de transportes e armazenamento já entraram ou vão iniciar período de férias coletivas.

Na quarta semana de dezembro o Brasil exportou 1,3 milhão de toneladas de milho e chegou ao acumulado de 4,13 milhões de toneladas no mês. Este volume se aproxima da última estimativa divulgada pela Anec de 4,42 milhões de toneladas para o total do último mês de 2020.

Na comparação com dezembro de 2019, o atual mês registra, até aqui, aumentos de 15,71% na média diária de embarques, 27,45% na média diária de valores embarcados e de 10,15% no preço médio por tonelada.

Mercado Externo

Já os preços internacionais do milho futuro começaram a segunda-feira em alta, perderam força no meio do dia e encerraram as atividades novamente com ganhos na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 3,75 e 5,50 pontos.

O vencimento março/21 foi cotado à US$ 4,56 com valorização de 5,50 pontos, o maio/21 valeu US$ 4,57 com alta de 5,25 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 4,54 com elevação de 4,25 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,33 com ganho de 3,75 pontos.

Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 1,11% para o março/21, de 1,33% para o maio/21, de 0,89% para o julho/21 e de 0,70% para o setembro/21.

Segundo informações da Agência Reuters, o milho ganhou força em Chicago nesta segunda-feira com o otimismo das exportações em alta.

“O milho foi apoiado por fortes exportações semanais e novas vendas de quase 150.000 toneladas para destinos desconhecidos. Na semana, foram exportadas quase 994 mil toneladas de milho, acima das expectativas do comércio”, aponta Christopher Walljasper da Reuters Chicago.

Fonte: Notícias Agrícolas