Os preços do milho romperam o segundo nível de suporte e continuam em trajetória de queda, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica. “A queda brusca do dólar é o fator chave das recentes desvalorizações, visto que o mercado interno trabalha com pouco volume e assimila os preços de porto”, explica o analista Luiz Fernando Pacheco.

“Nesta quarta-feira, compradores seguem abastecidos, reduzindo as referências de compra, enquanto produtores tentam segurar os lotes maiores para não tirar o suporte do mercado. Intermediários e Silos também reforçam a pressão baixista, visto que a colheita nos EUA e o plantio no Brasil avançam bem e os números de exportação nacionais não geram empolgação”, comenta.

A pesquisa diária do Cepea registrou nova queda de 1,85% no preço de Campinas, a quinta consecutiva, aumentando a queda em outubro para 2,66% e trazendo o preço de R$ 38,37 para R$ 37,66. Em Santos (SP) e Paranaguá (PR), as indicações para Nov/18 e Dez/18 também recuaram em R$ 0,50/sc, para R$ 40,00/sc e R$ 41,00/sc.

“De maneira geral, as tradings permanecem com pouco apetite para o milho, fato que pode ser comprovado pelos lineup’s. Em Out/18, as indicações são de 2,38 MT (+0,06 MT/dia) para o milho e de 4,17 MT (+0,69 MT/dia) para a soja”, conclui o analista da T&F.

FUTUROS

As cotações do milho fecharam mistas, nesta quarta-feira: as cotações mais próximas fecharam em queda e as mais distantes em leve alta, com exceção de set19 que fechou em queda. “Somente a cotação de janeiro ainda está levemente acima dos R$ 40,00/saca, todas as outras abaixo, algumas já estão muito abaixo”, disse um analista.

Ainda de acordo com a T&F, o plantio adiantado da safra de verão pode significar a necessidade de se desfazer dos estoques acumulados de milho safrinha que os vendedores insistiram em não vender e agora terão que desovar para limpar os armazéns para receber a safra de verão: “Por outro lado, os compradores estão relativamente bem estocados e podem esperar mais algum tempo antes de recolocarem os seus pedidos, para desespero dos vendedores, provocando um leilão às avessas”.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems