Segue a baixa no mercado futuro brasileiro de milho. Depois de abrir o dia com perdas de pouco mais de 1%, por volta de 14h40 (horário de Brasília), as cotações cediam entre 1,73% e 3,13%, levando o vencimento julho a R$ 92,40 e o setembro a R$ 94,34 por saca. O mercado realiza lucros e corrige parte das altas fortes que foram registradas no pregão anterior.

Apesar da correção pela qual passa o mercado hoje, ainda segue no radar a preocupação com a oferta da safrinha e a falta de milho no mercado nacional depois da agressividade do clima com a segunda safra. Assim, com os recentes prejuízos ainda sendo contabilizados, os negócios são apenas pontuais.

“O mercado do milho começou a semana com poucos interessados em vender e muitos interessados em comprar e negócios escassos. Tudo ainda reflexos das geadas da semana passada e de indicativos de que iremos para um segundo semestre muito apertado. em que a oferta deve ser menor que a demanda porque temos grandes volumes de milho negociado na exportação, com entregas nos próximos meses, deixando assim o mercado interno apertado”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

E o mercado na B3 intensificou suas perdas mesmo frente a alta do dólar frente ao real nesta terça. Perto de 14h50, a moeda americana tinha alta de 1,90% para valer R$ 5,19.

Na Bolsa de Chicago, as perdas são ainda mais intensas, com o milho travado no limite de baixa – 40 pontos ou mais de 8% de queda. Assim, o contrato julho valia US$ 6,52 e o dezembro, US$ 5,39 por bushel.

De acordo com analistas e consultores o mercado reflete as melhores condições de clima esperadas para o Corn Belt nos próximos dez dias, especialmente com a chegada de boas chuvas em regiões que vinham sofrendo com uma seca mais aguda.

As previsões atualizadas mostram não só precipitações melhores, como também temperaturas mais amenas nos próximos dez dias.

Como explica Ginaldo de Sousa, diretor do Grupo Labhoro, o clima é o principal viés a ser monitorado neste momento e, “como as nuvens mudam de lugar, muita volatilidade nos preços ocorre”. Sousa complementa dizendo que “o fim de semana prolongado foi quente e seco na parte oeste do Meio-Oeste e nas Planícies do norte, porém, ontem a noite um sistema inesperado trouxe chuvas para as Dakotas e agora esperam que nos próximos 10 dias esta área mais prejudicada receba até 64 mm de chuvas”.

Além da questão climática, o mercado de biocombustíveis nos EUA e a possibilidade de uma redução do mandatório norte-americano também pesam sobre o mercado.

Fonte: Notícias Agrícolas