Os futuros do milho negociados na B3 sobem mais de 3% neste início de semana ainda refletindo as preocupações com a menor oferta brasileira. Perto de 11h25 (horário de Brasília), as cotações subiam de 3,08% a 3,35% entre os vencimentos mais negociados, à exceção do julho/21, que tinha R$ 93,64 por saca, subindo 1,73%. O setembro, por outro lado, já tinha R$ 98,80 e o janeiro, R$ 100,50.

“Nem mesmo a liquidez reduzida por conta do feriado em Chicago tira o ímpeto de alta das cotações. Algumas casas de consultoria já começam a revisar seus números finais de produção”, explica a Agrinvest Commodities nesta segunda-feira (5). “Os impactos finais da geada ainda são incertos, mas trazem forte alta para as cotações”.

Entre elas, está a AgRural, que baixou sua estimativa para a segunda safra de milho do centro-sul do país para 54,6 milhões de toneladas, volume 5,4 milhões menor do que a projeção anterior.

“Parte dessa redução de 5,4 milhões de toneladas deveu-se a ajustes negativos de produtividade provocados pela estiagem (causa principal dos cortes realizados nos meses anteriores), mas desta vez o principal motivo do ajuste foram mesmo as geadas”, informa o boletim da consultoria.

Para Vlamir Brandalizze, apesar destas altas, a semana que começa hoje deve ser de ritmo mais intenso da colheita e dos produtores segurando um pouco mais suas novas vendas. “O mercado do milho nesta nova semana deverá ter ritmo de colheita crescendo, mas tudo aponta que boa parte dos produtores irá segurar as ofertas para esperar definição de que rumo irá tomar o mercado, sendo que alguns continuam apostando em patamares recordes que já
foram batidos neste ano”, afirma o consultor.

Todavia, ele lembra ainda da possibilidade de importação de produto por parte dos compradores de alguns estados onde o milho importado poderia se mostrar mais competitivo.

“O certo é que iremos ter um segundo semestre com indicativos fortes e demanda maior que a oferta”, acredita Brandalizze.

Fonte: Notícias Agrícolas