Mesmo com dólar baixo, milho não deve ser tão competitivo

Espera-se que preços atraentes e amplos estoques aumentem a vantagem dos Estados Unidos sobre o Brasil no fornecimento de milho à China este ano, mesmo com uma safra recorde esperada e uma moeda mais fraca. De acordo com o especialista José Roberto Gomes, em um texto publicado no portal estrangeiro AgroPages.com, a China está se preparando para comprar cerca de 20 milhões de toneladas de milho de outros países para restaurar suas reservas.

Os EUA historicamente têm sido um fornecedor líder de milho para a China, especialmente quando comparados ao Brasil. Em 2019, os EUA exportaram 309.500 toneladas do cereal para a China, contra apenas 68.550 toneladas do Brasil, segundo dados dos governos norte-americano e brasileiro. As exportações brasileiras de milho para a China nos últimos cinco anos foram inferiores a um terço do que os EUA enviaram, em média, completou o especialista.

“Até uma depreciação de mais de 30% do real brasileiro em relação ao dólar americano até agora este ano não foi suficiente para estimular as compras de milho brasileiro por Pequim, ao contrário da soja brasileira, onde a depreciação do real tornou essa commodity mais competitiva. A primeira razão para isso vem da CBOT, onde os contratos de milho no primeiro mês foram negociados perto de US$ 3 / bushel, o nível mais baixo em 13 anos. Espera-se que os preços caiam ainda mais em meio à expansão da área cultivada nos EUA nesta temporada para 97 milhões de acres e à demanda doméstica mais fraca da indústria de etanol, dados os impactos da pandemia de Covid-19 e a consequente desaceleração econômica”, conclui.

Fonte: Agrolink