Fechamento engloba Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru e Suriname

A decisão tomada na quinta-feira, 19, pelo governo brasileiro, de fechar as fronteiras terrestres do País com seus vizinhos latinos, para ampliar a proteção contra a pandemia do novo coronavírus, gerou um enorme efeito colateral para a entrada e saída de alimentos entre os países.

O fechamento engloba Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru e Suriname. Embora a medida não tenha o propósito de afetar o transporte de cargas, mas sim de restringir a entrada de estrangeiros oriundos desses países, é grande a preocupação do Ministério da Agricultura, sobre os desdobramentos dessa restrição.

“Estamos tratando disso, estamos preocupados”, disse ao Estado a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que vai discutir o assunto com os ministros da Agricultura dos países vizinhos. “Devemos instituir corredores sanitários, porque tem coisas que saem do Brasil, passam pela Argentina e depois vou lá para o Chile. Estamos discutindo isso para ver onde estão os gargalos”, disse Cristina.

Uma reunião sobre o assunto está marcada para a próxima segunda-feira, 23. “Eu devo fazer uma videoconferência na segunda-feira com os ministros da agricultura, do Conselho de Agricultura do Sul (CAS), que reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. Vamos, inclusive, chamar o Peru, que não faz parte desse grupo.”

Teresa Cristina admitiu que, por enquanto, não há uma solução clara para o problema, mas a postura de todos é não atrapalhar a entrada e saída de insumos básicos e necessários para todos. “Nesse momento, isso ainda não tem uma resposta, mas nós já começamos as conversas com os empresários, para que eles nos passem quais são as rotas principais de problemas. Vamos começar a trabalhar isso nesta sexta-feira e, na segunda, nos reunimos com os demais ministros”, disse a ministra.

Segundo o Ministério da Justiça, o fechamento vale para fronteiras físicas, terrestres, e não atinge quem viaja de outros países de avião. O governo vai editar uma portaria específica em relação às fronteiras terrestres com o Uruguai, que ficaram de fora, por ora, das restrições anunciadas.

Fonte: União dos Produtores de Bioenergia