O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou nesta sexta-feira que um novo lote de 4,7 milhões de doses de vacinas contra Covid, que será distribuído pela pasta aos Estados a partir do dia 23, será usado integralmente para a aplicação da primeira dose, sem que haja necessidade de se guardar doses para a aplicação do reforço.

Atualmente, diversos Estados têm guardado metade das doses que receberam para assegurar a aplicação do reforço, mediante as incertezas sobre a chegada de mais vacinas. Desde o início desta semana, pelo menos cinco capitais tiveram que suspender o cronograma de vacinação de primeira dose porque as vacinas acabaram.

De acordo com o Ministério da Saúde, agora será possível vacinar 4,7 milhões de pessoas com a primeira dose, uma vez que agora está assegurada a entrega de novos lotes para as próximas semanas. A remessa de fevereiro contará com 2,7 milhões de doses da vacina do Instituto Butantan, produzidas no Brasil, e 2 milhões da vacina da AstraZeneca/Oxford, importadas da Índia.

O ministério disse que receberá em março mais 21 milhões de vacinas do Butantan, que deve garantir a segunda rodada de imunização dentro do prazo de 14 a 28 dias. Já para o imunizante da AstraZeneca, que possui um tempo maior de aplicação da segunda dose, o laboratório deve disponibilizar no próximo mês mais 18 milhões de doses produzidas na Fiocruz e importadas.

“Neste novo momento da campanha, a vacina do Butantan será aplicada em dose única, com o objetivo de ampliar a vacinação e atender ainda mais brasileiros. Com isso, entramos em março com a expectativa de vacinar novos grupos. Serão disponibilizadas mais 4,7 milhões de doses para Estados e municípios”, disse Pazuello em reunião com prefeitos, segundo comunicado da pasta.

Esta semana, o Ministério da Saúde apresentou aos governadores um cronograma com a oferta de 454 milhões de doses de vacinas até o final do ano, sendo 230 milhões no primeiro semestre. No entanto, no dia seguinte, o cronograma foi revisto porque não há garantias ainda de que os laboratórios irão conseguir fazer as entregas programadas.

Até junho, o governo conta com vacinas da AstraZeneca, produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz, e a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan. Já para o segundo semestre, o ministério conta com vacinas de outros laboratórios, como a russa Sputnik V e a indiana Covaxin, que ainda estão em negociação e não tem ainda aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Nesta sexta, o ministério confirmou a opção de compra de mais 30 milhões de doses da CoronaVac, depois de acusar o Butantan de ser o responsável pelo atraso no cronograma federal. Em nota, o instituto respondeu acusando o governo federal de ter causado problemas diplomáticos que atrasaram o envio de insumos para produção da vacina.

Fonte: Reuters