A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, esteve na Câmara dos Deputados para falar sobre o registro de novos pesticidas no Brasil analisados e aprovados pelo órgão, além do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) e Agência Nacional de Saúde (Anvisa), quanto ao impacto ambiental e toxidade humana. Apoiada pela maioria dos membros da Frente Parlamentar da Agropecuária, saiu vencedora da sabatina ao apresentar respostas com dados oficiais sobre a polêmica do tema.

Dados do MAPA trazem que em 2019 foram liberados 93 pesticidas protocolados ainda em 2015, ou seja, há quatro anos. Segundo a ministra, deste total, 44 são produtos genéricos com moléculas já utilizadas no mercado. “É importante combater a entrada de produtos ilegais no Brasil. Cada vez que demoramos de oito a dez anos para liberar um novo produto, eles entram ilegalmente no país. Isso significa 20% dos produtos consumidos em nosso mercado e é um dado muito preocupante, disse Tereza Cristina.

O deputado Alceu Moreira, presidente da Frente Parlamentar, chamou atenção para a responsabilidade dos parlamentares em disseminar notícias falsas sobre o tema. “O tema é sério. Já chega de guerra entre o agro e o meio ambiente. Precisamos caminhar juntos e entender que tecnologia vem para colaborar com o país e não para ser criminalizada a base de mentiras”, disse.

O Ministério da Agricultura contestou dados de estudos feitos no Mato Grosso citados durante a reunião sobre contaminações na água e no leite materno por pesticidas. Segundo a pasta, os níveis detectados estão aquém do que é exclusivo de contaminação por pesticidas utilizados nas lavouras. “Existem outras substâncias que estão presentes em veneno de rato, shampoo para piolhos, entre outros produtos de consumo urbano, que podem sim ser absolvidos pelo organismo humano”, respondeu Tereza Cristina.

Parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária  argumentaram ainda que vários países, com regras rígidas de controle de resíduos em alimentos, importam produtos do Brasil. “Se tivéssemos tão fora da curva em relação aos pesticidas isso seria possível? Nossa longevidade está, inclusive, aumentando e temos que rever nosso sistema previdenciário. Contaminar o debate com mentiras é desonesto com a população que precisa de conhecimento correto sobre os pesticidas”, questionou.

Pesticidas são produtos químicos ou biológicos, desenvolvidos a partir de pesquisas científicas, utilizados de forma preventiva e controlada para proteger as lavouras do ataque e da proliferação de pragas, doenças e plantas daninhas, garantindo que o alimento chegue à mesa da população em condições de consumo mais seguras.

Fonte: Agência FPA