O plantio de soja da safra 2019/20 em Mato Grosso avançou para 6,65% da área projetada até esta sexta-feira, cerca de cinco pontos percentuais acima do verificado na semana anterior, mas ainda com atraso ante o ano passado e frente à média histórica para o período, informou nesta sexta-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Segundo o instituto de análises ligado aos produtores do Estado, no mesmo período de 2018 os agricultores mato-grossenses haviam semeado 12,6% da área prevista em 2018/19, contando com chuvas favoráveis que propiciaram o ritmo mais acelerado de plantio.

Com um tempo mais seco em 2019/20, o ritmo também está mais lento ante a média histórica, de 9,17%, segundo dados do Imea.

A situação, contudo, não representa um problema para a safra de soja do Estado, estimada em um recorde de 32,8 milhões de toneladas pelo Imea.

“De modo geral, esse atraso sempre causa um certo alvoroço no mercado, preocupação sobre como vai ser no decorrer a safra. Opinião de técnico: olhando para isso, é possível tirar atraso, o percentual é pequeno”, disse à Reuters o gestor técnico do Imea Cleiton Gauer.

O técnico do Imea observou que o ritmo atual de plantio está parecido com o visto na safra 2016/17, “que teve início bem lento”, mas posteriormente registrou chuvas mais regulares, resultando em boas produtividades.

Ele disse que alguns produtores, principalmente os menores que têm foco na primeira safra, acabam plantando mais tarde, já que neste momento inicial as lavouras não precisam tanto de umidade, algo mais necessário em novembro, quando as plantas estão em estágios mais avançados.

Gauer lembrou que o atraso traz um alerta para a segunda safra, semeada após a soja, empurrando o ciclo dos cultivos de algodão ou milho um pouco para a frente.

De qualquer forma, ele ainda não vê o atraso atual como um problema para a segunda safra, de algodão ou milho.

O Paraná, onde o plantio de soja também está atrasado ante a temporada anterior, verá menos chuvas que o Mato Grosso na próxima semana, segundo dados da Refinitiv.

O Estado, um dos três maiores produtores da oleaginosa no Brasil, havia plantado cerca de 10% da área projetada até o início da semana.

Na mesma época do ano passado, o Paraná havia plantado 29% da área projetada, quando o Estado teve o início mais acelerado da história, beneficiado principalmente pela umidade.

Fonte: Reuters