A chuva que se intensificou no período da colheita da soja inundou lavouras

O município de Sorriso (MT), maior produtor nacional de soja, decretou situação de emergência devido às fortes chuvas constantes na região que prejudicam a colheita e escoamento de soja, implantação do milho segunda safra, além de danos nas estradas.

O decreto 482/2021 foi com base no material elaborado de maneira integrada por secretarias municipais, representantes do Sindicato Rural de Sorriso, e compilado pela Coordenação de Proteção e Defesa Civil (Compdec), que integra a Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Defesa Civil (Semsep). Os prejuízos são estimados em cerca de R$ 1,5 bilhão para o setor privado e em R$ 850 mil para o setor público.

O decreto não só torna menos burocrático o processo para recuperação da infraestrutura logística, por dispensar a necessidade de licitação para recuperar pontes, estradas e promover outras obras para restaurar os cenários afetados pelo aguaceiro, como também garante aos produtores a oportunidade de renegociar contratos e dívidas.

“Tem sido um período muito difícil e estamos somando esforços para amenizar a situação, formalizando em um documento que o acúmulo de mais de 800 milímetros nos últimos 45 dias trouxe danos à infraestrutura das estradas vicinais, assim como perdas severas à agricultura de modo geral”, contextualiza o prefeito de Sorriso, Ari Lafin.

Já está difícil, por exemplo, que as hortaliças oriundas da Agricultura Familiar cheguem à mesa das famílias em situação de vulnerabilidade social que fazem parte do programa “Mesa Saudável”, e também ao prato dos alunos na merenda escolar.

O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente (Sama), Marcelo Lincoln, aponta que o descompasso climático evidenciado no documento traz ainda outra consequência: a quebra na safra de milho, visto que plantar a semente com muita água no solo impede que o cereal finque raízes profundas no solo. “Se vier um veranico mais pra frente, a planta não sobrevive”.

Além do solo encharcado, a janela do ciclo produtivo da planta também torna arriscado o plantio da segunda safra. Para o representante do Sindicato Rural de Sorriso e delegado da Aprosoja, Tiago Stefanello, o documento representa um alento e uma importante ferramenta de negociação para os produtores. “É o momento de negociar, de dialogar e buscar uma forma de reduzir este impacto”.

Fonte: Agrolink com adaptações Suino.com