Uma nova tecnologia geneticamente modificada para o algodão foi aprovada pela Comissão Nacional de Biossegurança (CTNBio) em agosto. Trata-se do algodão Widestrike 3, da Dow Agrosciences. O deferimento foi expedido na última reunião da Comissão, e, a partir daí, a empresa obtentora tem de submeter as variedades de algodão com a nova tecnologia para o Registro Nacional de Cultivares (RCN), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que, só após essa etapa, será liberada para o mercado.

O Widestrike 3 é uma nova geração da tecnologia, com maior eficácia contra lagartas, graças à combinação de três proteínas Bt: Cry1F, Cry1Ac, VIP3A. Ela também possui tolerância ao herbicida glufosinato de amônio (gene Pat), mas não ao glifosato. Essa última característica faz com que a cultivar possa se tornar uma opção na estratégia de manejo das plantas voluntárias de algodão pelo produtor, facilitando o cumprimento do vazio sanitário exigido por lei para o controle do bicudo do algodoeiro. As cultivares com a nova tecnologia foram desenvolvidas para o Brasil, que enfrentou nas safras recentes uma grande pressão de lagartas nas lavouras. Uma versão com tolerância ao glifosato já foi aprovada no Japão, México e Coreia do Sul.

A aprovação da CTNBIO aplica-se para o cultivo, produção, manipulação, transferência, comercialização, importação, exportação, armazenamento, consumo da liberação e do descarte do organismo geneticamente modificado e de seus derivados para fins comerciais. Quatro outros processos para OGM de algodão ainda tramitam na CTNBio.

Para o presidente da ABRAPA-Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Arlindo de Azevedo Moura, a novidade é bem-vinda. “A pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias em cultivares transgênicas, junto com o melhoramento genético, tem sido fundamental para o Brasil avançar na produtividade, como tem acontecido nos últimos vinte anos”, afirma.

 

Fonte: ABRAPA-Associação Brasileira dos Produtores de Algodão