O Paraná se prepara para dar um salto em relação à proteção sanitária e conquistar o status de área Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação. Nesta terça-feira (23), durante a abertura do 5° Show Pecuário, em Cascavel, o governador Carlos Massa Ratinho Junior recebeu uma carta de apoio de entidades da região Oeste ligadas ao setor e reiterou os esforços do Governo do Estado para alcançar essa condição.

“É uma decisão muito mais técnica do que política, estamos construindo isso com todos os setores envolvidos para que o Paraná possa subir mais esse degrau”, afirmou Ratinho Junior. “Com garantias e tecnicamente bem amparados, anunciaremos mais essa conquista”, acrescentou.

O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, disse acreditar que até setembro o Paraná poderá comemorar a conquista do status de Estado Livre da Vacinação Sem Febre Aftosa. De acordo com ele, a expectativa é que a declaração venha primeiramente do Ministério da Agricultura e Abastecimento, para, na sequência, receber a chancela da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “O que era um sonho está se tornando realidade. As avaliações do Ministério da Agricultura sinalizam que estamos livres para avançar”, ressaltou Ortigara.

ASPECTOS POSITIVOS – O secretário destaca três pontos importantes que beneficiarão o Estado com a conquista do novo status. Segundo Ortigara, os produtores eliminariam custos com o fim da vacinação, estimado em R$ 30 milhões por ano. O Paraná poderá, ainda, brigar por uma fatia maior do mercado de carnes, exportando para países que hoje não compram do Estado e, com isso, ampliar empregos e renda.

Além disso, reforçou o secretário, tirar o Paraná de um grupo composto atualmente por 25 Estados, todos livre da aftosa, mas por meio da vacinação. Com esse isolamento, o Estado não será prejudicado se, eventualmente, aparecer doença em uma localidade distante milhares de quilômetros do Paraná. “Seremos uma zona específica, única. Vamos tirar a vacina, mas não descuidar. Teremos novas formas de monitoramento”, explicou.

CAMPANHA – A última campanha de vacinação do rebanho bovino e bubalino foi em maio, em animais de zero a 24 meses. O índice de cobertura foi de 99%, considerado o melhor dos últimos anos. A próxima campanha está prevista para novembro, mas não deve acontecer caso o alcance da condição de área livre seja mesmo conquistada.

O último foco de febre aftosa no Paraná foi em 2006. De lá para cá, não houve mais circulação viral, em razão dos esforços de vários setores, entre eles o governo estadual que estruturou a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) para garantir o serviço de fiscalização e vigilância animal.

INVESTIMENTO – O Paraná preparou-se nos últimos anos para atingir o nível atual que o faz pleitear o status de livre da febre aftosa sem vacinação. Foram contratados profissionais para o trabalho de fiscalização e vigilância, além de ter reformado as instalações onde funcionam as barreiras interestaduais.

O Estado tem 32 Postos de Fiscalização do Trânsito Agropecuário (PFTA) nas divisas com os estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo, e um posto em fase de construção na rodovia BR-116, divisa com São Paulo. Houve também investimento em fiscalização volante, que conta com ajuda da Polícia Rodoviária Estadual, além dos sistemas de gerenciamento e monitoramento informatizados do trânsito animal, para reforçar o serviço de inteligência.

PRESENÇAS – Participaram do evento o presidente da Cohapar, Jorge Lange; o presidente da Agência Paraná de Desenvolvimento, Eduardo Bekin; os deputados estaduais Marcel Micheletto e Coronel Lee; o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Orso; e presidente da Sociedade Rural do Oeste do Paraná, Adani Triches.

Fonte: Agencia de Notícias do Paraná