A presidente da Assembleia Geral da ONU, Maria Espinosa, alertou neste mês (14 de fevereiro) que dois terços das metas de desenvolvimento sustentável da ONU dependem de esforços bem-sucedidos para combater as mudanças climáticas e proteger o meio ambiente. Dirigente ressaltou que, para cumprir o Acordo de Paris, a comunidade internacional precisa aumentar em cinco vezes os atuais compromissos sobre reduções nas emissões de gases do efeito estufa.

Em pronunciamento em Nova Iorque para explicar o plano de trabalho da ONU sobre o tema em 2019, Maria enfatizou que o multilateralismo é o único meio efetivo para enfrentar as mudanças climáticas. Em março, lembrou a presidente, a Organização promove a Reunião de Alto Nível sobre Clima e Desenvolvimento Sustentável para Todos.

O encontro deverá levar adiante as discussões da COP24, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, realizada em dezembro, em Katowice, na Polônia. No país europeu, os países signatários do Acordo de Paris adotaram um manual de regras para relatar e monitorar suas metas de redução de emissões. O acordo visa manter a elevação da temperatura média global dentro de um teto de 2ºC até o final do século — sua meta mais ambiciosa é impedir que o aquecimento ultrapasse o 1,5ºC.

No mês que vem, representantes dos Estados-membros, setor privado, sociedade civil e juventude vão se reunir para mobilizar o potencial dos jovens nas ações climáticas. Esse grupo, lembrou Espinosa, é um dos que será mais afetados pelas transformações da natureza associadas ao aquecimento global.

Em julho, o Fórum Político de Alto Nível da ONU vai analisar o progresso feito até o momento para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 13 — tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. Esse é um dos 17 objetivos da Agenda 2030 da ONU. Cada um deles reúne metas específicas sobre, por exemplo, pobreza, saúde, educação, violência contra as mulheres, trabalho decente e crescimento econômico. No total, são 169 metas. Segundo a presidente da Assembleia Geral, dois terços delas dependem do cumprimento das metas que abordam meio ambiente e mudanças climáticas.

Em 23 de setembro, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, vai promover em Nova Iorque a Cúpula do Clima. O evento será seguido por outro fórum político de alto nível, que será dedicado exclusivamente ao tema das mudanças climáticas. Esse será o primeiro fórum do tipo. O ano vai se encerrar com a COP25, que deve ser realizada em novembro, no Chile.

Maria Espinosa explicou que todos esses eventos têm dois objetivos iguais: dobrar os compromissos e a ambição das ações climáticas no nível nacional; e garantir a inclusão de grupos diversos nos processos decisórios sobre mudanças climáticas.

Também presente no evento em Nova Iorque para discutir o calendário de atividades, o enviado especial do secretário-geral para a Cúpula do Clima, Luis Alfonso de Alba, enfatizou que é possível combater as mudanças climáticas e também garantir crescimento econômico. O argumento contrário é usado por céticos que questionam a realidade das alterações do clima.

Segundo o dirigente, para fazer a transição para economias sustentáveis e gerar empregos verdes, será necessário mobilizar somas enormes de recursos, o que exigirá mais diálogos e parcerias com o setor privado e a sociedade civil.

 

Fonte: ONU