Automação de aviários é “questão de sobrevivência”, segundo Giovani Mariane, da Vibra Agroindustrial. Ele fez parte do painel que debateu a aplicação de tecnologia no setor, nesta quarta-feira (26), no 12º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição. O evento, realizado em Florianópolis, é organizado pela Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e segue com programação até esta quinta-feira (27).

Segundo o especialista em manejo de reprodutoras da BRF no Paraná, Denilson Vanin, outro palestrante, é fundamental pensar na automação para haver aumento constante de eficiência, já que a demanda por proteína animal só irá crescer nos próximos anos. O painelista Márcio José Polazzo, da Seara Alimentos, lembrou que a redução de custos também é uma necessidade constante para se manter no mercado, seja como agroindústria ou como produtor individual. “A biosseguridade é outra preocupação. Não vamos conseguir evoluir sem aplicar tecnologia”, completou.

O painel trouxe diversas possibilidades de automação, como balança automática, climatização e comedouro suspenso. A análise de dados de granjas nas quais houve automatização demonstrou as diversas vantagens do uso de tecnologia. Em um exemplo, trazido por Giovani Mariane, um aviário com 160 mil fêmeas passou a usar a balança automática. Com isso, houve redução de dez para oito funcionários, maior precisão na pesagem, menor estresse das aves e menor ocorrência de animais feridos. O custo de quatro máquinas, de R$ 78 mil, se pagou em dois anos.

Em outro exemplo, a climatização de um aviário fez com que o número de pintinhos por fêmea passasse de 155 para 159. Neste caso, o valor do lote de aves aumentou em R$ 1,5 milhão.

Produtor deve buscar informação e pensar viabilidade
Apesar das inegáveis vantagens da automação, há limitações. Um dos gargalos é que passa a haver necessidade de mão de obra qualificada. “Não adianta ter tecnologia se não tiver capacitação”, afirmou Polazzo. Para pensar a viabilidade, ele explicou que o produtor deve fazer a si mesmo alguns questionamentos: qual é o problema a ser resolvido, quais são as alternativas, se o investimento se paga, ou seja, se há viabilidade, e quais são os riscos. “O produtor precisa ter as informações nas mãos para tomar a melhor decisão&39;, disse Polazzo.

A automação não deve prescindir, contudo, do cuidado dos pilares da avicultura. “Uma galinha tem que comer, beber e dormir bem”, resumiu Mariane.

Fonte: Associação Catarinense de Avicultura (Acav)